Plano para assassinar Afonso Dhlakama
A Renamo exige uma guarda conjunta para proteger o seu presidente. E quer que se pense em pontos de agenda convergentes para o diálogo com Filipe Nyusi.
Depois de gorada a expectativa do Governo de assassinar o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, na passada sexta-feira, na cidade de Beira, a Renamo convocou ontem a imprensa para repudiar o acto que considera de má-fé e de falta de seriedade. A
Renamo sente-se traída pelo Governo, que, horas depois da saída de Afonso Dhlakama das matas, tentou tirar-lhe a vida. O deputado António Muchanga, porta-voz da Renamo, disse, em conferência de imprensa, que a atitude do Governo pode agudizar as desconfianças que existem entre o Governo e a Renamo.
António Muchanga disse que a saída do Afonso Dhlakama de “parte incerta” para a cidade da Beira foi organizada tendo em vista assegurar a sua participação directa nos esforços que visam encontrar uma solução política pacífica para garantir o desenvolvimento harmonioso da democracia no país, mas o Governo viu na saída de Afonso Dhlakama das matas uma oportunidade para eliminá-lo fisicamente. Face aos últimos acontecimentos, a Renamo exige empenho para que a tranquilidade volte ao país e exige também a criação urgente de uma unidade de protecção de altas individualidades constituída por elementos da Polícia da República de Moçambique e por forças de segurança da Renamo, porque não confia na PRM.
“É momento de nos empenharmos cada vez mais para que a tranquilidade volte ao país, mas é preciso criar condições morais, psicológicas, que permitam que haja o mínimo de confiança, e esta não se impõe com a supremacia das armas, ataques cobardes, nem manipulação da opinião pública”, declarou António Muchanga.
Segundo a Renamo, a confiança cultiva-se com actos. E Afonso Dhlakama é, segundo a Renamo, exemplo disso, ao encontrar uma solução pacífica para o cerco de que foi alvo na passada sexta-feira.
“As Forças de Defesa e Segurança, ao agirem da forma como o fizeram, demonstraram a sua face cobarde e assumiram publicamente que são estas forças que desestabilizam a vida dos moçambicanos no país”, afirmou Muchanga.
“Nós não confiamos na PRM e ninguém deve ser obrigado a ser guarnecido exclusivamente por pessoas que não são da sua confiança”, disse António Muchanga.
A Renamo quer também que se pense nos “pontos de agenda convergentes para o encontro ao mais alto nível, de modo a solucionar os vários problemas políticos que apoquentam o nosso país”. (Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 13.10.2015
NOTA: Atentando nas palavras de Khalau todos os elementos da guarda da Renamo são neste momento “marginais” e sujeitos a desarmamento e prisão.
Sobre isto ainda não ouvimos alguém responsável da Renamo a comentar.
Que se passa, sabendo de confrontos na Zambézia, onde segundo últimas informações, as FADM foram empurradas de norte para sul, até ao Rio Zambeze.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE