- Um total de 754 rinocerontes já foram mortos desde o início deste ano, maioritariamente do lado sul-africano
A caça furtiva no parque transfronteiriço do Grande Limpopo, abarcando o Limpopo moçambicano, o Kruger sul-africano e o Gonarezhou zimbabwiano, continua a sentir e a enfrentar, diariamente, o poder da caça e dos caçadores furtivos que actuam naquela área de conservação transnacional. No dia 14 de Novembro corrente mais dois rinocerontes fêmeas (jovem e adulto) foi-lhes simplesmente removida os respectivos cornos por caçadores furtivos. As duas carcaças foram encontradas pelos fiscais do parque horas depois da actuação dos furtivos. Quando os fiscais se depararam com a situação, o animal adulto ainda respirava (continuava vivo), mas tinha que ser sacrificado porque o castigo que acabava de sofrer não deixava qualquer chance de sobrevivência ao animal.
A referência exacta do local da ocorrência, segundo fonte contactada pelo mediaFAX indica: 380 metros a sul da estrada para Godzane e 80 metros do rio Zuene no Parque de Fauna do Sabié (lado moçambicano).
Números disponíveis indicam que desde o início deste ano, um total de 754 rinocerontes foram abatidos por caçadores furtivos que actuam dos dois lados (moçambicano e sul-africano).
A acção dos furtivos continua persistente mesmo sabendo que as autoridades sul-africanas decidiram iniciar com investidas bastante fortes para tentar salvar os poucos rinocerontes que ainda restam, pelo menos do lado sul-africano, pois, do lado moçambicano o rinoceronte já foi praticamente extinto pela acção directa da caça furtiva. O exército sul-africano continua no terreno com ordens claras para atirar a matar contra qualquer suspeito de caça furtiva que for visto no interior do parque.
Números recentemente tornados público revelam que, nos últimos cinco anos, 500 caçadores ilegais foram abatidos na África do Sul e 80% dos caçadores furtivos detidos no Kruger Park são moçambicanos.
No ano passado, as autoridades sul-africanas e moçambicanas contabilizaram a morte de 1215 rinocerontes pela acção directa da caça furtiva.
De acordo com os fiscais do parque, o modus operandi continua o mesmo. O recrutamento de potenciais operativos acontece maioritariamente nos distritos vizinhos do parque (particularmente Massingir, Chokwe). Depois lhes é dada uma CZ 550 de calibre .375 ou .458, propriedade de sindicatos de caça furtiva ou das autoridades locais. Com ou sem noção do real perigo que correm, os operativos iniciam a caçada, da qual poderá resultar um “chorudo” pagamento, ou então, uma morte certa.
MEDIA FAX – 24.11.2015