Na Reserva do Gilé a norte da Zambézia, há um ambiente que pode ser fatal envolvendo os Fiscais Florestais do Ministério de Terra, Ambiente de Desenvolvimento Rural (MITADER), que outrora pertenciam ao Ministério da Agricultura e a nova Força de Protecção de Recursos Naturais instituída pela Polícia da República de Moçambique.
Tudo conforme explicou um dos fiscais florestais, prende-se com os regulamentos de quem actua aquém e aonde. A mesma fonte que pediu para não ser identificada disse que no Gilé, foi estacionada uma força policial que pouco entende da legislação florestal. O que eles fazem, segundo este florestal é apenas perseguir os supostos furtivos e
por vezes até interpelam madeireiros com licença. Aliás, ficamos a saber deste entrevistado que há um grande desmando no Gilé e pelas matas a dentro na exploração da madeira sobretudo. “Muita madeira em torro em transportada para Nacala, por isso que vocês não vê aqui em Quelimane”-explicou o nosso interlocutor.
Num outro passo ficamos a saber que naquela região da Zambézia, pululam muitos furtivos, mas tudo isso é supostamente do conhecimento das autoridades, mas que devido a uma possíveis ligações, tudo acaba ficando no silêncio.
Questionado sobre esta suposta guerra que é tida como guerra de tacho entre Florestais e Policiais, a fonte disse que o
problema é que não há coordenação, porque por vezes, um camião com toda documentação é interpelado pela Polícia alegando que é ilegal e esta ao invés de coordenar com os Fiscais Florestais, apenas limita-se a parquear, ou por vezes a gritar que interpelaram recursos florestais que eram transportados de forma ilegal.
“Penso que o problema reside nas atribuições legais, onde esta nova força, parece não saber qual é o campo de acção dela”- lamentou o nosso entrevistado.
Refira-se que a nova força policial foi equipada de meios e o estado diz que a mesma está munida para controlar os recursos florestais.
DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 17.11.2015