Esta decisão, segundo a Rádio Moçambique, foi transmitida pela Administradora de Moatize, Elsa da Barca, que se deslocou propositadamente ao Malawi para se inteirar da situação dos moçambicanos refugiados no distrito malawiano de Mwanza.
Elsa da Barca disse que eles só podem ser assistidos pelo governo se regressarem a Moçambique onde as autoridades vão providenciar a logística necessária.
A Administradora reiterou que em Moçambique não há guerra, esclarecendo que o governo apenas está a desarmar os homens armados da Renamo, uma vez que as armas devem estar sob controlo do Estado e a luz da lei nenhum partido político deve ter material bélico.
Os moçambicanos refugiados no Malawi são provenientes das regiões de Ndande e Nikondedzi e o grupo é maioritariamente constituído por mulheres e crianças.
Segundo a emissora pública moçambicana, no encontro com as autoridades malawianas, o Administrador de Mwanza, Gift Raposo, distanciou-se de um eventual apoio à Renamo e prometeu ajudar na mobilização dos moçambicanos para regressarem ao país.
Ele também mostrou-se satisfeito pela decisão do governo de Moatize de chamar de volta todos os moçambicanos, afirmando que isso vai aliviar o Malawi da pressão a que está sujeito, numa altura em que o país não tem nada para oferecer aos refugiados.
A Rádio Moçambique constatou em Mwanza que as autoridades malawianas não estão em condições de garantir a assistência humanitária aos moçambicanos e maior parte das crianças apresentam sintomas de subnutrição aguda.
Os moçambicanos também não têm acesso à água potável e à terra para a prática da agricultura.
Se a chuva cair nos próximos dias poderão eclodir varias doenças, entre as quais a malária.
FF
AIM – 22.11.2015