Moçambique admira a coexistência política em Angola, que se resume no confronto de ideias e na competição durante os pleitos eleitorais.
Admira-nos a vossa coexistência política, que se resume no confronto de ideias e na competição durante os pleitos eleitorais, disse o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, discursando segunda-feira na Assembleia Nacional, o parlamento angolano, no âmbito de visita de Estado que efectuou aquele pais,coincidindo com as celebrações dos seus 40 anos de independência.
Desde a independência em 1975, Angola já realizou três pleitos eleitorais, tendo sido o último em 2012.
Constatamos com agrado que Angola acatou o silêncio das armas e respeita a vida humana e os bens dos cidadãos, sublinhou Nyusi, que visitou Angola de 8 a 12 de Novembro a convite do seu homólogo local, José Eduardo dos Santos.
Angola viveu 27 anos de guerra civil (1975-2002). O conflito devastou infra-estruturas económicas e sociais e danificou seriamente a administração pública.
A guerra foi essencialmente uma luta pelo poder entre dois antigos movimentos de libertação, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder desde a independência, e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), hoje o maior partido de oposição.
Segundo Nyusi, o povo angolano encontrou a fórmula certa para a coexistência pacífica entre várias formações políticas. Uma fórmula que consegue manter as formações políticas não armadas.
O presidente moçambicano disse acreditar que esta experiência será explorada pelos deputados do seu país. Viajamos com alguns representantes do nosso Povo, os deputados, em representação dos 250 Deputados da Assembleia da República, sublinhou.
Para o Chefe do Estado moçambicano, queremos que eles usem esta oportunidade para a troca de experiência institucional com esta casa e seus colegas, sobre os mais diversos assuntos de interesse comum.
Viemos, pois, colher essa experiência em alguns domínios de interesse mútuo, sublinhou Nyusi, para quem a democracia multipartidária, em Angola e Moçambique tem a mesma idade.
Os nossos processos políticos e democráticos apresentam muitas semelhanças, disse. Fizemos juntos a trajectória da luta pela liberdade, paz e democracia. Lado a lado enfrentamos os mesmos desafios pela unidade nacional, soberania e independência económica, elucidou.
Estes factos históricos análogos, segundo o presidente moçambicano, ilustram que temos razões de sobra para incrementar os nossos índices de cooperação.
MAD/FF
AIM . 16.11.2015