Nos seus pronunciamentos, quer dentro quer fora do parlamento, Muchanga, que também é porta-voz do seu partido, tem, de forma repetitiva, tratado o Presidente da República de uma maneira depreciativa.
Na quarta-feira, na AR, numa altura em que se debatiam as respostas do Governo moçambicano às perguntas das três bancadas parlamentares, Muchanga, entre outras coisas, tratou o chefe de Estado de Filipinho, diminutivo de Filipe, numa atitude que viola o regimento e mesmo a Constituição da Republica que preconiza que o detentor do cargo de Presidente da República deve ser respeitado por todos os moçambicanos.
Segundo o Diário de Moçambique, a chefe da bancada da Frelimo, maioritária no parlamento, Margarida Talapa, insurgiu-se contra o comportamento do deputado da Renamo e solicitou à presidente da AR para aplicar medidas punitivas previstas tanto no regimento da AR, como na Constituição da Republica contra Muchanga.
Verónica Macamo limitou-se a responder que todos os deputados e todas as pessoas em geral gostam de ser respeitadas. E mais não disse.
A chefe da bancada da Renamo, Ivone Soares, também pediu a palavra para dizer que se os deputados da Frelimo querem ver Nyusi a ser respeitado, também devem respeitar o presidente do seu partido, Afonso Dhlakama.
No entanto, não se referiu em que circunstâncias Dhlakama foi despeitado, nem aos termos de comparação, tendo em conta que ele é presidente de um partido político e Filipe Nyusi, contrariamente, Presidente de Moçambique.
No ano passado, Muchanga foi, durante mais de 40 dias, preso na cadeia de máxima segurança da Machava, província meridional de Maputo, acusado de incitamento à violência, numa altura em que se vive uma tensão político-militar no país. A detenção ocorreu no final de uma reunião do Conselho de Estado, órgão de que fazia parte.
FF
AIM – 26.11.2015