Enquanto Filipe Nyusi não disser ao seu "patrão" se foi o próprio que deu "ordem" para a caça compulsiva do armamento dos guerrilheiros da Renamo ou se a mesma foi por outrem decidida e aplicada, o verdadeiro sentido das suas palavras, sexta-feira passada, fica sem perfeito entendimento.
Se deu a ordem, nunca a anunciou. Se não deu, foi ultrapassado. Não tendo sido obedecido internamente, onde sem conhecimento público poderia "ponderar" com as chefias militares, a suspensão da "captura compulsiva" das armas da Renamo, parece não o ter conseguido quando, por três vezes e em público, instruiu "as Forças de Defesa e Segurança, o nosso Director Nacional, para ponderarem o processo em curso de desarmamento compulsivo". Mais chamou a sua atenção para o dever de obediência em observância ao seu juramento de cumprimento da Constituição da República.
Outro sinal que parece mostrar a surpresa das suas declarações, foi esta parte do discurso não estar escrita, o que é visível na formulação das frases e no tom do seu pronunciamento.
Mas, mesmo assim, não deu "ordem" explicita. Porquê?
Lembro que a Renamo recebeu Chester Crocker e o Ministro Alemão dos Estrangeiros a semana passada, além de outras personalidades nacionais, como os mediadores, e estrangeiras.
Quem souber que explique melhor.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE