O MINISTRO do Interior, Basílio Monteiro, foi ontem citado pela Rádio Moçambique a dizer que as armas fora do controlo do Estado em Moçambique não representam ameaça total à estabilidade do país.
Basílio Monteiro reagia a uma pergunta daquela estação emissora sobre o estágio da recolha das armas em poder dos homens armados da Renamo e de outros indivíduos não autorizados.
O ministro do Interior vincou que a qualquer momento o Governo poderá chegar à conclusão de que não se justifica a recolha coerciva das armas, porque as pessoas estão a entregá-las voluntariamente.
Segundo a Rádio Moçambique, o governante moçambicano prestou estas declarações no encerramento da sessão da Comissão Conjunta Permanente da Defesa e Segurança entre o Malawi e Moçambique.
O encontro, segundo Basílio Monteiro, permitiu alcançar consensos sobre o ambiente de paz e para uma melhor gestão da fronteira estatal.
A reunião da Comissão Conjunta Permanente de Defesa e Segurança entre Moçambique e Malawi teve lugar esta semana em Mangoche, naquele país vizinho.
Na quinta-feira, recorda-se, o Presidente da República, Filipe Nyusi, instruiu as Forças de Defesa e Segurança (FDS) a ponderarem no processo em curso de desarmamento compulsivo dos homens da Renamo.
O Chefe do Estado disse que tomou essa decisão após consultar vários segmentos da sociedade, entre nacionais e estrangeiros.
Filipe Nyusi falava esta quinta-feira, em Maputo, na qualidade de Comandante-em-Chefe das FDS, durante a cerimónia de encerramento do décimo quinto curso da Guarda Penitenciária.
O Comandante-em-Chefe das FDS considera que o processo de desarmamento compulsivo está a ser implementado no espírito de concórdia, reconciliação e tolerância, de modo a permitir que a sociedade se encontre e se restabeleça o diálogo que todos os moçambicanos esperam.
“Afirmo que estou pronto para falar com qualquer pessoa que seja, incluindo a liderança do partido Renamo, e outras com as quais já temos estado a conversar, para podermos encontrar soluções para o sossego dos moçambicanos” – garantiu o Chefe do Estado.
O Presidente da República disse que instruiu as FDS consciente de que não têm precisado de nenhuma outra ordem porque, quando juram à bandeira, quando iniciam uma fase, recebem a missão atribuída pela Constituição da República, que é de proteger o país.
“Mas digo, usamos este pódio para instruir a ponderação do desarmamento compulsivo e permitir que todos possam, voluntariamente, entregar aquilo que acham que não devem possuir mas, sobretudo, para nos permitir que possamos trabalhar e dialogar. Isso no espírito da confiança e da vontade mútua. Se não acontecer a vontade da parte de todos os intervenientes no processo da paz em Moçambique, temos a consciência que essa paz não pode acontecer” – enfatizou o Chefe do Estado.
Segundo o Presidente da República, o povo tem de continuar a ser protegido, porque é a razão da existência das Forças de Defesa e Segurança. (RM)
NOTÍCIAS - 21.11.2015
NOTA: Afinal quantas armas já foram entregues? Onde estão?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE