O NOVO Presidente da Tanzania, John Magufuli, quer combater o desperdício de dinheiro público. Ele anunciou medidas drásticas para o seu Governo: redução de viagens dos ministros ao estrangeiro e de viaturas oficiais. E nos últimos dias, o Presidente intensificou visitas não anunciadas aos serviços do Estado para “restaurar a ordem”.
Dia seguinte à sua investidura, 5 de Novembro corrente, o Presidente Magufuli fez uma visita surpresa ao Ministério das Finanças. Ele foi a pé e a sua passagem pelo Ministério deixou uma lembrança amarga entre os funcionários. Ele descobriu, não importa como, pastas empilhadas, gabinetes vazios, então exigiu a lista dos ausentes.
Esta semana, foi o Hospital Geral que recebeu a visita, sem pré-aviso, do chefe de Estado. Ele encontrou pacientes dormindo no chão, aparelhos avariados e a farmácia central em penúria de medicamentos, quando no recinto do mesmo hospital florescem farmácias privadas que vendem os fármacos em benefícios dos agentes de Saúde que os desviaram. O Presidente quase que teve um ataque cardíaco. Ele mesmo fechou as farmácias. O director do hospital foi afastado.
As visitas são cuidadosamente mediatizadas para dar a sensação de que está a soprar um vento de mudança na Tanzânia. Alguns cidadãos acreditam nele, como um automobilista que filmou e publicou nas redes sociais um polícia num acto de extorsão. O agente foi sancionado. Mas outros tanzanianos creem menos. A chegada ao poder do Presidente Jakaya Kikwete, há dez anos, houve a mesma atmosfera no início, mas os “maus hábitos” voltaram rapidamente, dizem.
NOTÍCIAS – 19.11.2015