Três pessoas morreram e duas ficaram gravemente feridas em resultado do desabamento de uma mina hoje em Gilé, centro de Moçambique, e que tinha sido vandalizada há uma semana pela população, disse à Lusa fonte do governo distrital.
Segundo Francisco Cinquenta, dos Serviços Distritais de Actividades Económicas de Gilé, província da Zambézia, é possível que mais pessoas tenham sido soterradas quando procuravam tantalite e turmalinas no monte Muiane, após o abandono da mina pela Tantalum Mineração em consequência dos tumultos recentes.
"O monte Muiane é arenoso e, quando abriram a gruta lá no interior, entraram por ali e aquilo desabou e, nesse momento, morreram três pessoas e duas ficaram feridas", descreveu à Lusa Francisco Cinquenta, acrescentando que os corpos das vítimas fatais já foram reclamados pelas famílias, o que faz supor que são de Gilé.
Segundo o responsável distrital, a própria população de Gilé iniciou operações de busca de outras eventuais vítimas, usando pás e picaretas porque as máquinas da empresa que explorava a mina foram incendiadas nas ações de vandalismo.
A mina da Tantalum Mineração, de capitais canadianos, foi vandalizada há uma semana e máquinas e instalações da empresa ficaram destruídas, num protesto da população local contra a morte de um garimpeiro, alegadamente pela polícia, durante um furto na empresa.
Citado pelo diário O País, o diretor da empresa, Chippy Shaik, manifestou a sua indignação, considerando que a segurança da sua mina estava a ser garantida pela polícia, à qual, na sua opinião, a população devia exigir explicações.
"Quem vai pagar os gastos que a empresa fez nos últimos oito anos para aquisição das máquinas?" - questionou Chippy Shaik, num prejuízo que, segundo O País, está calculado em dez milhões de dólares (nove milhões de euros), além de 70 pessoas que ficaram sem emprego.
A população de Gilé acusava ainda a empresa de não assumir a sua responsabilidade social, nomeadamente na construção de escolas e hospitais.
Após o abandono da mina, garimpeiros ocuparam o monte Muiane, desconhecendo-se o número de pessoas que se encontravam no local na altura do desabamento.
AYAC/HB // EL
Lusa – 20.11.2015
NOTA: A quem cabe a responsabilidade destas mortes? O perigo estava à vista. Porque a PRM não evacuo as pessoas?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE