O PROGRAMA do Governo da Guiné-Bissau, liderado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), foi chumbado ontem no Parlamento, ao não obter a maioria dos votos necessários dos deputados.
Na votação, apenas 45 dos 101 deputados votaram a Favor do Programa, aquém do valor mínimo necessário (52 votos), Os restantes 56 deputados abstiveram-se.
O Primeiro-Ministro, Carlos Correia, tem agora 15 dias para voltar a apresentar um novo Programa e caso seja rejeitado cai o Executivo.
Segundo a agência Lusa, Os 41 deputados da bancada do Partido da Renovação Social (PRS) abstiveram-se, Estiveram presentes na sala 101 deputados.
O presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá, disse que a sessão parlamentar será retomada no próximo dia 5 de Janeiro.
A crise política na Guiné-Bissau teve início quando o Presidente, José Mário Vaz, demitiu o Governo liderado pelo Primeiro-Ministro, Domingos Simões Pereira (PAIGC), a 12 de Agosto.
Oito dias após a exoneração de Simões Pereira, o Presidente guineense nomeou como chefe do Governo, Baciro Djá, que chegou a formar um Governo. Porém, o novo Executivo foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal de Justiça guineense.
O Presidente da Guiné-Bissau nomeou então, a 17 de Setembro, por decreto, Carlos Correia como Primeiro-Ministro do país.
A escolha de Carlos Correia ficou decidida na sequência de uma reunião da direcção do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, em que o novo Primeiro-Ministro recolheu 68 dos 69 votos do "Bureau"polftico.
No entanto, o Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau disse ontem que aceita o veredicto "dos representantes do povo", que rejeitaram o pedido de confiança no Programa do Governo que apresentou ao Parlamento.
"Os dignos representantes do povo guineense rejeitaram a minha proposta para servir o país, Assumo. Aceito. A vida continua", defendeu Carlos Correia, de 82 anos.
Questionado se espera ter uma resposta favorável dos deputados quando depois 15 dias voltar ao Parlamento com o mesmo Programa do Governo, Correia disse estar à disposição do povo guineense.
NOTÍCIAS – 24.12.2015