As autoridades sul-africanas, do posto fronteiriço de Lebombo, província de Mpumalanga, prenderam última sexta-feira, três cidadãos moçambicanos surpreendidos na posse de grandes quantidades de dinheiro, incluindo dólares americanos, euros e randes, anunciou sábado o Serviço de Receitas da África do Sul (South African Revenue Services, SARS).
Os suspeitos, cuja identidade não foi revelada, são indiciados pelo crime de lavagem de dinheiro. O trio seguia a caminho da cidade sul-africana de Joanesburgo ido de Moçambique.
Segundo as autoridades sul-africanas, os suspeitos transportavam consigo 4,9 milhões de dólares americanos, 2,2 milhões de euros e 20 mil randes.
O porta-voz do SARS, Sandile Memela, explicou que cerca das 05h40 de sexta-feira (25 de Dezembro) foi interceptada uma viatura de cor prateada, marca Toyota Hilux, no posto fronteiriço de Lebombo, na província de Mpumalanga. Os suspeitos entraram na África do Sul provenientes de Moçambique.
As autoridades revistaram a viatura e descobriram que o toldo protector (canopy) tinha compartimentos falsos. Quando questionaram o motorista alegou que estavam vazios, disse Memela, citado pela agência de notícias News 24.
As autoridades decidiram remover o toldo e descobriram um compartimento falso, no fundo do qual encontraram sacos plásticos cheios de dinheiro.
Segundo a rede de televisão sul-africana South African Broadcasting Corporation (SABC) foi necessário cinco horas para concluir a contagem de todo o dinheiro.
Funcionários daquele posto fronteiriço afirmam que esta é a maior apreensão de que há memória.
A polícia sul-africana afirma que está a trabalhar com a sua contraparte moçambicana para apurar se os suspeitos fazem parte de um sindicato maior.
O porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Inácio Dina, num breve contacto telefónico estabelecido pela AIM, confirmou que as autoridades moçambicanas foram efectivamente notificadas pela sua contraparte sul-africana.
Disse ainda que já foi despachada para a Africa do Sul, na tarde de sábado, uma equipe que vai trabalhar em parceria com as autoridades daquele país vizinho.
Esta equipe vai-se juntar a equipe sul-africana para iniciar as investigações. A equipe é constituída por alguns investigadores e peritos da área, referiu.
Questionado sobre a identidade dos suspeitos, Dina disse que a informação preliminar à sua disposição indica apenas que se trata de dois moçambicanos de descendência asiática.
São cidadãos moçambicanos, mas pelas suas características são de descendência asiática, disse.
Sobre a proveniência do dinheiro, o porta-voz limitou-se a dizer que neste momento não é possível dizer donde é que traziam o dinheiro, para onde levavam o dinheiro ou a sua proveniência. Estes são elementos que ainda estão sendo trabalhados pela equipe de investigação que se encontra na Africa do Sul.
O trio deverá comparecer no Tribunal de Magistrados de Komatipoort ao longo da semana corrente.
Um dos casos mais recentes, envolvendo o tráfico de elevadas somas de dinheiro, foi reportado em Dezembro de 2010 e que foi protagonizado pelo empresário moçambicano Momed Khalid Ayoob.
Na altura Ayoob foi surpreendido na vizinha Swazilândia com 18 milhões de randes, uma soma equivalente a cerca de 2,6 milhões de dólares norte-americanos ao câmbio daquela data.
SABC/NEWS 24/SG
AIM – 27.12.2015
NOTA: Será que o Santander Bank não terá nada a dizer?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE