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Por: Noé Nhantumbo, Beira
Figuras do ano escolhidas pelo O Autarca são devidas merecedoras
Quando se escolhe alguém como figura do ano surgem sempre questionamentos, dúvidas e suspeitas. É difícil alcançar consensualidade nestes casos. Cada um tem as suas escolhas.
A escolha do Jornal O Autarca surge num momento especial no país. Moçambique está atravessando uma crise política grave e as consequências sentem-se na economia assim como na estabilidade política nacional.
Daviz Simango, presidente do MDM e do Município da Beira merece a distinção pelo que representa no panorama político moçambicano.
O surgimento do MDM veio contribuir para diminuir a bipolarização política em Moçambique. Frelimo e Renamo ambos partidos com uma história armada dominavam os assuntos políticos e impunham-se sem adversários.
O MDM nasceu e rapidamente conseguiu afirmar-se como actor político consistente diferentemente de outros partidos que nasceram e desapareceram depois de pouco tempo sem sequer ter conseguido alcançar alguma expressão.
Beira, cidade conhecida como palco político de nomeada em Moçambique, é governada por Daviz Simango e com todos os constrangimentos orçamentais conhecidos tem registado progressos assinaláveis.
Hoje é visível a substancial melhoria do estado das estradas da cidade. Há planos concretos para modernizar a cidade. A máquina municipal funciona e, por exemplo, a recolha de lixo regista melhorias. Com o aprofundamento da descentralização acredita-se que a área de saúde, educação e transportes de passageiros conhecerão melhores dias.
Mas sem dúvidas que o MDM constituí o principal critério para a escolha de Daviz Simango como figura do ano.
Ele como presidente do MDM dirigiu seu partido para vitórias eleitorais nas autárquicas de Quelimane, Nampula, Gurué e Beira. E nestes municípios não foi só vencer mas transformar positivamente a vida dos autarcas nestas cidades.
Quando se fala de êxitos na governação municipal nestas cidades também se deve ter em conta que a máquina partidária de apoio é o MDM cujo presidente é Daviz Simango.
Ao desafiar e corroer a bipolarização o MDM demonstra que é possível fazer política sem armas.
Não há como negar que a Frelimo e a Renamo desempenharam de maneira notável suas funções em momentos particulares da história de Moçambique. Mas também não se pode parar no tempo e resumir tudo a partidos militarizados.
A estabilidade nacional depende cada vez mais da intervenção e respeito pela palavra de todos os outros moçambicanos e seus partidos.
Não se pode negar que sob a liderança de Daviz Simango o MDM estruturou-se e estendeu-se pelo país todo.
Dirigir um partido é uma tarefa complexa e cheia de exigências. E dirigir um município no centro do furacão político nacional e, simultaneamente, um partido político é obra assinalável que não está ao alcance de todos. Por tudo isto cabe-me dizer que a escolha do Jornal
O Autarca para Figura do Ano 2015 foi acertada. Estão de parabéns os fazedores do jornal e os nomeados. Força O Autarca pela humildade, visão transparente e isenta de reconhecer todos os actores chaves no processo de construção e desenvolvimento do país, sem necessariamente remeter-se a pressão, óbvia, de olhar apenas para o mesmo lado.
Oxalá O Autarca seja entendido pelo seu rigor e humildade profissional, para que não haja espaço de registo de represálias por parte de quem se julgar único merecedor ou mesmo vencido.
O AUTARCA – 25.01.2016