O nível de água na albufeira da barragem de Cabora Bassa, na província central de Tete, em Moçambique, ainda é satisfatório, contrariamente a montante na barragem de Kariba, no rio Zambeze, onde existe o risco iminente de ser forçada a interromper a geração de electricidade para a Zâmbia e Zimbabwe.
Um comunicado de imprensa da Direcção Nacional de Águas (DNA), que a AIM teve acesso, refere que o nível na barragem de Cabora Bassa é de 61 por cento, estando a barragem a descarregar actualmente 1.900 metros cúbicos por segundo.
Por isso, a fonte sublinha que não existe o risco de Cabora Bassa ser obrigada a reduzir a sua produção de electricidade num futuro próximo.
A situação de Cabora Bassa difere de Kariba. Aliás, na quinta-feira da semana passada, a ministra zambiana de energia, Dora Siliya, advertiu que o nível de água reduziu drasticamente e que a barragem de Kariba poderá ser forçada a interromper a produção de electricidade.
A 28 Dezembro, o nível de água na albufeira de Kariba era de apenas 14 por cento, contra 51 por cento no mesmo período em 2014.
Por isso, no caso de persistir a seca que actualmente aflige a região da África Austral, a barragem de Kariba, que possui uma capacidade instalada para a produção de 1.600 MW, poderá ser obrigada a interromper a geração de energia eléctrica. Se isso acontecer, a Zâmbia não terá outra alternativa senão recorrer as centrais térmicas de emergência para suprir a demanda de electricidade.
A maioria das restantes barragens moçambicanas, a semelhança de Cabora Bassa, apresenta um nível de água satisfatório.
Por exemplo, na região norte de Moçambique, as barragens de Nampula e Nacala, que desempenham um papel fundamental para o abastecimento de água às duas cidades, apresentam um nível de 60 e 91 por cento, respectivamente, com uma tendência crescente.
Na barragem de Chicamba, no rio Revue, na província central de Manica, o nível de água é de apenas 24 por cento. Actualmente, Chicamba não está gerando electricidade devido aos trabalhos de reabilitação em curso para a reposição de equipamento obsoleto, que data desde a época colonial.
No sul, as barragens dos Pequenos Libombos e Corumana, na província de Maputo, apresentam um nível de 46 e 28 por cento, com um nível de descarga de quatro e 11 metros cúbicos por segundo, respectivamente.
Na barragem de Massingir, no rio dos Elefantes, o principal afluente do Limpopo, na província de Gaza, o nível de água caiu para situar-se em 4,4 por cento.
O nível de água na maioria dos rios do país está caindo e, assim sendo, não representam nenhuma ameaça de cheia.
A excepção é o rio Messalo, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, que está prestes a atingir o nível de alerta de inundação.
Por isso, a DNA exorta a população na região sul, devastada pela seca, a usar a água de uma forma racional.
Pf/sg/sn
AIM – 11.01.2016
NOTA: Interessante a AIM escrever Cabora Bassa (nome inicial) e não Cahora Bassa.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE