Canal de Opinião por Marcelo Mosse
Quer se queira, quer não, o baleamento do SG da Renamo vai ser interpretado como um crime político. E vai agudizar a actual tensão que se vive em Moçambique. O país real precisa da paz. O país político permanece no mantra da perfídia contra os nossos anseios colectivos. Nem passa um ano depois de o jurista moçambicano de origem francesa Gilles Cistac ter sido barbaramente assassinado, e está aí de volta o crime que silencia gente ligada a uma expressão política diferente da “situação”.
Em Dezembro, o jurista Carlos Jeque foi baleado num acto que se destinava a calar a sua voz incómoda.
Agora foi o Manuel Bissopo, hoje, na Beira. Corre que o seu segurança foi assassinado. O que é que esperamos que as autoridades digam?
Que vão investigar… mas, depois, a nossa amnésia colectiva arrebata-nos, e o dia-a-dia volta à normalidade.
Nem ousamos protestar.
Mas o sangue vagueia aqui ao lado.
Quando mataram o Cistac, houve promessas superiores de que o crime ficaria resolvido. Até hoje, nada. Soube, entretanto, que, eventualmente, houve quem tivesse feito o “trabalho” para agradar, mesmo sem encomenda. Espero que o Governo diga claramente o que é que aconteceu na Beira. Se a trégua no desarmamento compulsivo da Renamo terminou, e que o Bissopo foi atingido nesse contexto.
Com este tipo de criminalidade, é difícil acreditar que somos um país normal, ideal para trabalhar e prosperar. Nem que o “New York Times” nos coloque como um destino turístico de eleição, porque os “gays”, raça que admiro, porque convivi com a inteligência de muitos que conheci, se podem amar sem policiamento. O país político está na corda bamba… e, como tudo o resto, depende da estabilidade política. “in Facebook, título da responsabilidade do CanalMoz.” (Marcelo Mosse)
CANALMOZ – 21.01.2016
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