“Aparte-se do mal, e faça o bem: busque a Paz e siga-a.” 1Pe 3:11
Volvidos vinte e três anos após a assinatura dos “Acordos de Paz em Roma” a (4 de Outubro de 1992), entre o Governo Moçambicano e a chamada Resistência Nacional Moçambicana, R.N.M. os quais (Acordos) visavam fundamentalmente a transformação daquela Organização Belicista, em Partido Politico, fundada como um Movimento Armado anti-comunista, patrocinado pela “Organização Central de Inteligência” da então, Rodésia do Sul do antigo Tabaqueiro e Racista Iam Smith (que o Diabo faça bom uso dele lá no “Quinto dos Infernos”), e agora Zimbabwe do Doutor Roberto Gabriel Mugabe. Em abono da verdade, desse tempo a esta parte, nunca houve um desarmamento real e absoluto, e sempre que se fala nisso, vozes se levantam, defendendo que o assunto é delicado e por isso é necessário “usar paninhos quentes” (aliás “usar paninhos frios”, para não ferir susceptibilidades. Ora para nós outros, a frouxidão no tratamento deste assunto, por parte de “quem de dever”, é acobertar criminosos inimigos, da Paz e perpectuar por isso a instabilidade e o sofrimento do Povo Moçambicano e não só.
Porque, de acordo com os Politólogos (“Tudólogos” se assim quisermos), o termo “Partido Politico”, aplica-se a praticamente todos os grupos organizados que buscam conquistar o poder, por meio de eleições democráticas. Donde resulta que, todos os Partidos Políticos no Mundo, como princípio e definição, são organizações burocráticas que visam conquistar e exercer o poder político. A legitimidade dos partidos está em desenvolver essa busca pelo poder, como representantes de uma ideologia que expressa os interesses de um grupo social ou de parte dele, buscando e organizando-se para disputar eleições, conquistar cargos e assim, fazer valer os seus projectos “democraticamente”, sublinhe-se. Donde, a persistência e ou permanência de um “Partido Politico Armado” na cena Politica Nacional, chefiado por um Presidente Vitalício, velho e ultrapassado, contraria os princípios de uma Organização Política Democrática, pior ainda se o tal fôr “Pai” da democracia, (cá entre nós uma pura e ridícula peta daquelas de ecoar aos céus, pois até as crianças da Pré-primária sabem que o termo “Democracia” tem origem no antigo grego e é formado a partir dos vocábulos demos “povo” ekratós “poder”, “governo”, e que como conceito, começou a ser usado no século V a.C., em Atenas, mais de três milénios antes do nascimento do homem de Chibabava). Na Democracia, a tomada de decisões responde à vontade geral. Ora na RENAMO, não existe a apregoada democracia, exemplo claro é o facto de,desde que o “Todo Poderoso e paparicado Líder” tomou o poder, após a morte de André Matsangaissa a 17 de Outubro de 1979, mais ninguém pensa melhor que ele!? Apesar de, na Democracia todos poderem, votar e candidatar-se a cargos, saliente-se que o actual mundo é dominado por Jovens. Na RENAMO todos têm de obedecer às ordens e aos desejos do “Líder e Soberano”. Por outras palavras, na RENAMO a palavra democracia, estreita-se intimamente com a Ditadura, sistema caracterizada por uma pessoa, “Ditadora” que detém todo o poder e manda e desmanda como quer, e os outros são obrigados a realizar tudo o que o “Sumo Líder” deseja, sem reclamações e sem opiniões, servindo-se para tal do poder das armas. Entendemos nós outros que somente poderão portar armas de fogo os responsáveis pela garantia da Defesa e Segurança públicas, nomeadamente as Forças Armadas e Policiais e ou da Segurança Civil. Que todos os Renamistas ponham a mão na consciência e lutem para convencer o seu Líder Ditador, a abdicar do Poder, a favor dos jovens, única via de a RENAMO transformar-se em Partido Político. Que tal!?
Kandiyane Wa Matuva Kandiya[email protected]JORNAL DOMINGO – 31.01.2016