O governo moçambicano e parceiros de cooperação na área da conservação da fauna bravia tencionam rubricar um acordo que visa dar continuidade às acções de desencorajamento da caça furtiva no país.
A concretizar-se, o acordo será rubricado pela Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), do lado governamental, e pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e a Fundação Joaquim Chissano, a 3 de Março, para assinalar o Dia Mundial da Fauna Bravia.
Muitas actividades estão previstas para assinalar a data. As organizações envolvidas na promoção da efeméride vão dar visibilidade, nessas actividades, à protecção de outras espécies, tais como leões, pangolins, tartarugas marinhas, dugongos, baleias, tubarões e raias, devido a grande pressão humana a que estão expostas, ameaçando a sua sobrevivência.
Dados constantes de um comunicado de imprensa da ANAC, que a AIM teve acesso, hoje, reflectem a gravidade desta acção humana.
À luz dos mesmos, a população de elefantes do país, por exemplo, reduziu, nos últimos cinco anos, de cerca de 20 mil para 10.438, sobretudo em consequência da actividade de grupos criminosos que se dedicam ao tráfico de marfim.
Moçambique não tem sido identificado apenas como um dos países-epicentro da caça furtiva, mas também um importante ponto de trânsito de marfim e cornos de rinoceronte com destino aos mercados consumidores da Ásia, lê-se na nota.
Aliás, o documento acrescenta que, na última conferência da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES), realizada em 2013, Moçambique foi colocado na lista dos países que menos intervêm no combate à crise da caça furtiva de elefante e rinoceronte.
No entanto, como forma de reverter este cenário, a ANAC e a Polícia de Protecção dos Recursos Naturais e Meio Ambiente têm feito operações de sucesso, estando a fazer operações de neutralização de vários caçadores furtivos em diversas áreas de conservação.
É neste quadro de ameaça da população do elefante e de outras espécies que vamos assinalar o próximo Dia Mundial da Fauna Bravia, reforçando a mensagem de que o futuro da fauna bravia e seus habitates estão nas mãos do Homem, refere a mesma fonte.
Vão participar das cerimónias comemorativas locais as organizações da sociedade civil, sector privado, alunos de diferentes escolas, estudantes universitários, representações diplomáticas e diversas organizações públicas e não-governamentais.
Anacleto Mercedes (ALM)/mz
AIM – 27.02.2016