O MOVIMENTO Democrático de Moçambique (MDM) quer que seja feita uma pressão junto do Governo e da Renamo, subscritores do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, para o fim da instabilidade que prevalece no país, de modo especial na região centro, ao longo da EN-1.
Este pedido foi feito pelo membro da brigada central daquele partido, José Soares, que há dias trabalhou em Cabo Delgado, no quadro da verificação do grau de realizações das actividades emanadas pelo partido.
É que, apesar da existência do acordo, a região centro do país vive momentos de tensão político-militar, caracterizados por ataques armados contra viaturas que circulam ao longo da Estrada Nacional Número Um, particularmente nos troços Muxúnguè/Save e Caia/Nhamapdza, na província de Sofala. Estes actos têm resultado em mortes, ferimentos, destruição e deslocados, entre a população.
Aliás, devido aos ataques levados a cabo por homens armados da Renamo, as Forças de Defesa e Segurança decidiram pela introdução de escoltas militares a viaturas que circulem por estes troços a fim de garantir a livre circulação de pessoas e bens.
José Soares afirmou em encontros com membros e simpatizantes do seu partido que a população da província de Cabo Delgado está receosa que o clima de instabilidade se alastre por todo o país, perigando a paz e tranquilidade públicas.
“Tirando o espectro de regresso às hostilidades, o ambiente político em Cabo Delgado é bom. Trabalhámos em vários distritos e fomos acolhidos pela população. Vamos todos pressionar para acabarmos com a instabilidade e promovermos o desenvolvimento”, disse o quadro do MDM.
A fonte referiu que o MDM tem feito a sua parte através da sua liderança e também por via da sua representação na Assembleia da República, para que o país não resvale novamente para as hostilidades, e apelou primeiro a todos os membros e simpatizantes do seu partido e, segundo, a toda a população, não só de Cabo Delgado, mas de todo o país, para se unir numa só voz apelando aos subscritores do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares com vista a terminarem as suas diferenças por via do diálogo político e nunca pelas armas.
Disse que papel especial neste processo desenvolvem as diferentes confissões religiosas, os líderes comunitários, as diferentes associações profissionais e, em resumo, toda a sociedade civil, pois “ninguém quer a guerra. A guerra mata, destrói e atrasa o desenvolvimento”, referiu.
Entretanto, centenas de pessoas, de entre professores, enfermeiros, representantes de confissões religiosas e outras, saíram sábado à rua na cidade de Pemba em marcha pacífica de protesto contra as incursões levadas a cabo por homens armados da Renamo, que resultam na morte e ferimento a cidadãos inocentes e a destruições.
A marcha partiu da Praça Paulo Samuel Kankhomba, percorrendo as diferentes artérias da capital provincial de Cabo Delgado, até desembocar no campo 25 de Setembro. Aqui o secretário da Organização Nacional dos Professores em Pemba, Crípton Addiz, repudiou as tentativas da Renamo de regresso às hostilidades militares. “O país diz não à guerra, o país quer a paz e o progresso. Gritamos todos abaixo a guerra, enterrem as armas e fabriquem enxadas para a produção de comida; convertam as armas em livros, medicamentos e cessem a violência”, apelou.
JONAS WAZIR
NOTÍCIAS – 27.02.2016