A RENAMO afirma não ter dúvidas de que vai governar, a partir deste mês, nas províncias em que alega ter vencido as eleições de 15 de Outubro de 2014, nomeadamente Niassa, Nampula, Zambézia, Tete, Manica e Sofala.
Falando na Assembleia da República durante o período reservado às comunicações antes da ordem do dia, na passada quarta-feira, o deputado pela bancada da “perdiz” José Manteigas disse que a pretensão do seu partido surge em respeito às populações e aos direitos, liberdades e garantias de participação política.
“A Renamo sabe que a Constituição da República não estabelece que quem tiver maioria numa província deve governar essa província”, reconheceu José Manteigas, acusando, entretanto, todo o processo eleitoral de 15 de Outubro de ter sido fraudulento.
No entender da Renamo, segundo o deputado Manteigas, a Constituição da República não pode e nem deve impedir a vontade da maioria da população. Aliás, segundo acrescentou o parlamentar, a Constituição da República deve adaptar-se aos momentos sociopolíticos do país, “como aconteceu com a Constituição de 1975 e a de 1990, quando havia a necessidade de democratizar o Estado”.
“Por outras palavras, queremos dizer que a Constituição da República deve servir o povo e não ser uma ambrela para proteger um grupo que quer manter-se no poder à força”, afirmou.
O entendimento da Renamo é de que é melhor que ela governe nas seis províncias pacificamente do que deixar o povo sofrer.
“A governação da Renamo é um mal menor; com ela evita-se o que aconteceu muito recentemente com o colono”, indicou José Manteigas, alinhando no diapasão de outros militantes do seu partido, que incitam o povo à violência e à desobediência civil.
Manteigas referiu que uma vez na governação a Renamo irá proteger os interesses de todos os moçambicanos, dos membros de outros partidos, incluindo da Frelimo, e dos estrangeiros.
“Não vamos escangalhar nada”, defendeu-se o deputado José Manteigas, justificando que a governação da Renamo emerge da vontade do povo “e é melhor que seja assim do que o próprio povo fazer manifestações violentas que podem provocar dilúvio no Governo Central”.
NOTÍCIAS – 18.03.2016