Milhares de brasileiros protestaram, este domingo, em Brasília, contra a "roubalheira" do Partido dos Trabalhadores (PT), que apoiou os governos de Dilma Rousseff e do ex-Presidente Lula da Silva, investigado no âmbito da Operação Lava Jato.
Pelas ruas da capital brasileira, desfilaram vários camiões com muitas pessoas a gritarem e a dançar, manifestando-se contra o PT e exigindo a destituição da Presidente do país.
Segundo a Polícia Militar, 100 mil pessoas participaram no protesto na capital.
Além de cartazes e palavras de ordem contra Dilma Rousseff e Lula da Silva, multiplicaram-se várias formas de apoio à Polícia Federal e ao juiz Sérgio Moro, responsável pela investigação do Lava Jato.
A iniciativa da manifestação é do Movimento VemPraRua.Net, do Movimento Brasil Livre (MBL) e dos Revoltados Online e decorreu em dezenas de locais no Brasil e no estrangeiro, naquele que os organizadores disseram ter sido "o dia histórico no país".
"Isto é importante para que as outras partes do Governo se consciencializarem de que a população está a exigir uma resposta mais concreta ao Governo, seja a saída dela [Dilma Rouseff] ou não", afirmou Fabiano Ribeiro.
Este manifestante condenou o "Governo corrupto" que controla o Brasil e lamentou que a crise política esteja a "influenciar a crise económica".
Para Maria Eremita, outra popular em protesto, "a população tem de dizer basta e tirá-los do poder, porque eles estão a acabar com o Brasil".
"O povo brasileiro é trabalhador e decente. Só precisa que se pare de roubar, se saiba administrar, administrar para o povo, não para o próprio interesse", frisou.
Nos 80 anos de vida, Evangelista Medeiros disse que nunca viu o país nesta situação, lamentando os efeitos da crise política na economia, nomeadamente, no aumento da dívida externa.
O octogenário entende que o país está "na mão de bandidos, de corruptos", e o nível a que a situação chegou "é muito ruim, mundialmente" e "uma vergonha".
Celino Cunha, por seu turno, admitiu que votou no PT, mas que hoje está desiludido, desejando "honestidade" na classe política.
Num tom emotivo, Deuza Ivonete, outra manifestante, disse à Lusa que é preciso "salvar o Brasil" e, para tal, o ex-Presidente Lula da Silva "tem de ir preso".
"Cadeia para o Lula, cadeia para o PT. Ajudou só os amigos, os parentes que hoje são bilionários, e ele, que era uma pessoa bem pobre e que passava fome no nordeste, hoje está riquíssimo", criticou.
Para a manifestante, Dilma Rousseff "não faz nada sem ele [Lula da Silva]", e o PT tornou-se num partido "cheio de hipocrisia", porque verdadeiramente não ajudou a população e o Brasil nunca esteve tão mal, desde a educação à saúde.
"É revoltante, porque nós acreditámos no PT, porque o PT na época era o coitadinho, era o pobrezinho, então nos lutámos. Queríamos uma vida melhor e não adiantou nada, porque ele aproveitou-se e roubou muito mais do que os outros", sublinhou.
Octávio Vale corroborou que "a saúde do país está acabada, porque o PT não quer saber de dar saúde à população", acrescentando: "O PT na realidade destruiu, dividiu este país. O PT quer que o país viva de guerras, para ele subir e manter sempre o poder".
"A nossa justiça vai fazer com o que país volte a ser honesto, volte a crescer e a respeitar o cidadão", concluiu.
A dimensão do protesto deste domingo, é considerada decisiva para o Governo, dado que a avaliação definirá se o processo de "impeachment" (destituição da Presidente) será retomado ou não no Congresso Nacional.
A Operação Lava Jato, iniciada em Março de 2014 pela Polícia Federal, que investiga um esquema de corrupção, branqueamento de capitais e desvio de dinheiro, já envolveu directamente Lula da Silva.
RM/ Notícias ao minuto – 13.03.2016