Por Capitão Manuel Bernardo Gondola
Já lhes chamaram países do terceiro mundo, países em vias subdesenvolvidos e agora lhes chamam de Países Menos Avançados. Ou simplesmente PMA´s. O chamado grupo de países da África, Ásia, América latina e Oceânia, anteriormente colonias ou semicolónias dos Estados imperialistas ou países dependentes destes, e cujo desenvolvimento foi e, ou continua entravado pelo jugo não do imperialismo mas do neocolonialismo (doadores/credores).
Na verdade, os chamados países em vias de desenvolvimento ou simplesmente os PMA´s, tem em geral por características um nível relativamente baixo das forças produtivas ou o (conjunto dos meios de produção e dos homens que os aplicam. Eles não possuem um certo conhecimento da produção e dos hábitos de trabalho que constituem a principal força produtiva.), uma economia baseada na monocultura e, uma estrutura económica heterogénea.
A existência de parceiros desfavorecidos de países avançados no mercado mundial, os PMA´s, exige uma reestruturação fundamental das relações económicas internacionais através da Nova Ordem Económica Internacional. Todos os PMA´s, têm enfrentado problemas como os da aceleração dos ritmos de incremento económico, do fortalecimento da economia nacional, da industrialização, da mecanização da agricultura, da supressão (abolição) do atraso cultural. A meu ver, problemas que podem perfeitamente ser resolvidos com a condição de optarem por uma boa via de desenvolvimento, a qual assegura um ascenso (progressão) rápido da economia e da cultura, criando as condições que permitam pôr termo às desigualdades sociais, à miséria e ao desemprego.
Você vê, lamentavelmente, que a via de desenvolvimento que os PMA´s escolheram reforça a sujeição aos credores (Serviços de Assistência Técnicas de Títulos de Empréstimos Mediante Certas Condições) e aos países mais desenvolvidos, provocando a privação da soberania dos países, travando a realização de transformações económicas progressistas e, por consequência a gravando a situação já difícil das suas populações.
A meu ver, as diferentes formas de cooperação com os países mais avançados e os credores, devem adquirir uma importância cada vez maior para os PMA´s, através do comércio mutuamente vantajoso, auxílio para a exploração racional dos recursos naturais, a formação de Quadros nacionais, e etc, etc.
Em último lugar, a esta forma de cooperação que pode ser cara mas, é altamente benéfica para a maior parte dos PMA´s que se inspiram nos princípios de bem-estar dos seus povos.
Considero, o nível de vida, o grau de satisfação das necessidades físicas, intelectuais e sociais da população, suas exigências em bens de consumo. Na verdade, o nível de vida, experimenta-se por um sistema de índices quantitativo e qualitativo. Tomemos como exemplo: volumes dos bens de consumo e de serviços oferecidos por habitação, taxa de consumo dos produtos de alimentação e outros, bem como dos serviços, rendimentos reais da população, duração do dia de trabalho e dos tempos livres, condição de habitação, índices relativo a instrução, à saúde pública, aos transportes, à cultura e, enfim… Na verdade, o nível de vida depende do grau de desenvolvimento das forças produtivas e do carácter das relações de produção.
Infelizmente, é a burguesia emergente nos PMA´s, a quem cabe a maior parte dos recursos valorizados, goza de todos os bens. Você vê, o que caracteriza a burguesia emergente é uma depauperação (diminuição da parte no rendimento nacional) e como consequência, o nível de vida das populações é particularmente afectada.
Era desse esperar, por exemplo; com o fim do jugo colonial, o nível de vida não cessasse de elevar, o que estava em conformidade com o objectivo perseguido de satisfazer ao máximo as necessidades matérias e espirituais das populações. Destarte, a elevação constante do nível de vida das nossas populações deve ser assegurada pelo trabalho livre de cada membro válido da sociedade.
A base material da elevação contínua do nível de vida, é o desenvolvimento planificado da produção social e, o crescimento ininterrupto do rendimento nacional.
Por último, a noção do «desenvolvimento sustentável» engloba três elementos fundamentais: Primeiro, o sistema de produção capaz de ser contínuo sem esgotar os recursos; segundo, a noção da responsabilidade subentende (pressupõe), que os que produzem sejam responsáveis pelos efeitos das suas actividades de produção, e terceiro, trata-se de um ponto ao qual, muitas vezes, não se tem atribuído a devida importância, que é o alargamento de perspectivas para as famílias e para os países pobres (PMA´s).
Mas, há também quem ache, e eu me apoio em Charles Carlisile, esta ideia de «desenvolvimento sustentável» não é obstinação (capricho). Que é possível ter-se desenvolvimento económico e preservar e, idealmente, melhorar o ambiente.
A tecnologia moderna vai permitir-nos faze-lo. Porém, você vê, a triste realidade é que, a irrefutável maioria da população do mundo todo vive nas infras-condições humanas ou seja, numa objectiva miséria. E então, o mundo tem porquanto de evoluir nesse aspecto. Até que, em o progresso económico justifica-se, quanto mais não seja, pela necessidade de melhorar as condições em que essas pessoas vivem.
Há também quem ache e, já estou terminando, que até agora, no domínio da agricultura, a tendência tem sido para nos centrarmos nos aumentos de produção. Essa abordagem e eu me apoio em Nitin Desai, é típica dos adeptos da planificação económica que se opõe aos ecologistas, preocupados com os problemas de defesa dos recursos, da terra, da água. Na verdade, você vê, ambas as concepções negligenciam grosso modo o factor humano (as pessoas), o facto de a terra ser cultivada por agricultores, de as florestas serem exploradas pelos que nelas vivem, de os pescadores usarem cursos de água.
Você vê, precisamos de atribuir preços aos recursos ambientais. No passado esses mesmos recursos como a água, o ar já foram considerados grátis. Porém, hoje os mesmos recursos tornaram-se bens escassos e valiosos.
Destarte, e eu me apoio mais uma vez em Nitin Desai, temos de passar a abordar o «desenvolvimento sustentável» de uma outra forma. Ou seja, temos de deixar de nos interessar pelos recursos como acontece e, consagrarmo-nos às pessoas.
n/b:
Dentre as várias formas de justiça três devo declarar nesta página: Justiça Comutativa, Justiça Distributiva e Justiça Socia.
A justiça comutativa, regula as relações das pessoas entre si; regula as trocas e os contactos e assenta na igualdade de valor das coisas trocadas. Então, a justiça comutativa, impõe a obrigação de dar a cada um o que lhe é devido. Tomemos como exemplo: Um salário justo a quem trabalha, um equitativo preço das mercadorias ao vendedor e ao comprador, o direito de receber a qualidade e quantidade de produtos correspondente ao preço que paga. Você vê, a justiça comutativa é a mais perfeita e a única que obriga à restauração (conserto), de que tanto precisamos no país.
A justiça distributiva, por sua vez regula as relações sociais e consiste numa atribuição de honras, obrigações e cargos, conforme os merecimentos e o valor de cada um.
Você vê, por esta justiça, tenta-se estabelecer uma proporção entre a igualdade moral das pessoas e a desigualdade das suas aptidões, funções e serviços que prestam. Você vê, esta justiça, assenta no princípio de que se devem tratar desigualmente as pessoas desiguais.
Por último, a justiça social, que é o que está no cerne de debate ético/moral e não só…, ordena que cada um receba, não apenas de acordo com as suas capacidades, mas segundo as suas necessidades sociais. Você vê, é da justiça social, o um chefe de família, que tenha cinco pessoas a seu cargo, receba uma remuneração superior (salário familiar) ao que tenha família reduzida ou viva sobre si mesmo, embora todos executem o mesmo género de trabalho.
- Há duas semanas um amigo nosso do blog colocou-me algumas questões para seu esclarecimento. E aproveito esta ocasião para o efeito.
Profissionalmente sou militar de carreira nas FADM.
Sobre o apelo a necessidade de controlo das emoções dirijo a todos formadores de opinião pública. Para o nosso desespero se é que existem formadores de opinião pública.
Não. Não sou o Secretario Geral da Organização da Juventude Moçambicana. O senhor dr.Gondola, o Secretário-geral da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), do seu nome completo é, Mety Oreste Gondola. Eu, sou Manuel Bernardo Gondola. Nós somos irmãos.
Se a alma pensa? Veja bem. Quem da ordem ao cérebro? Quem é que diz eu? Não é o corpo. É algo além dos átomos reunidos que o compõe. O eu é algo não físico que para nós na Filosofia pode ser chamado de consciência, de espirito, alma.
Qualquer que seja o nome usado para definir o eu, ele se refere a esta natureza metafísica, que não pode ser medida, pesada ou vista com os olhos físicos.
Você vê, num brinque que funciona a pilha, por exemplo, um coelhinho que toca tambor, é energia eléctrica da pilha que dá origem aos sons e os movimentos. Você vê, a nossa energia eléctrica é invisível mas, podemos ver a sua expressão nos sons e movimentos produzidos. Do mesmo modo, a alma, escondida por detrás dos sons e movimentos do corpo é, a verdadeira fonte da nossa energia vital (vida).
A alma, como tudo que tem existência própria e individual, possui uma forma. Como algo infinito e sem dimensão física. Porém, não pode ser visto, tocada ou medido. Na geometria por exemplo; nós aprendemos que há única forma sem dimensão: O ponto.
Você vê, o ponto possuí exactamente essa forma, mas é infinitamente pequeno. Destarte, a alma possui exactamente essa forma. Ou seja, um ponto de energia consciente. A alma, é um ponto de energia luminosa e é consciente uma vez, dentro dele, está imerso (mergulhado) o papel completo da alma.
Pode-se dizer então; pensamentos são criados, sentimentos são experimentados, decisões são tomadas, experiências, hábitos e personalidades são gravadas. Você vê, tudo isso em um ponto infinitamente pequeno.
Onde é que pertence o intelecto? Veja bem. Para nós na Filosofia; quem diz intelecto refere-se a mente. E, então, a mente é a responsável pela criação dos pensamentos.
E, veja bem, o processo do pensamento é base de todas as emoções, desejos, e sensações. Dado que, é através dessa faculdade que, num instante, como observava, há duas semanas, os pensamentos podem alcançar algum lugar, reviver experiência passadas, imaginar uma experiência futura e até produzir felicidades e, ou, tristeza. Então, é através da mente (intelecto), que a alma imagina, sente, pensa e forma ideias.
Como defino intelecto. Veja bem. Para nós na Filosofia, intelecto é usado para avaliar os pensamentos. Ou seja, é a capacidade de entendimento. Junto com o entendimento, o intelecto raciocina, discerne, avalia e toma decisões. Veja bem. O intelecto, não é físico, já disse, que não deve ser confundido com cérebro. O cérebro, os psicólogos estão ai podem nos ajudar a compreender, é meramente a central física do sistema nervo e portanto, funciona como um painel de controlo para a alma, capacitando-a a experimentar e a actuar no mundo físico.
O que é, que eu chamo de «seres primitivos». Veja bem. Ao homem que no seu cérebro não entram problemas nem inquietações. Esses para mim são «seres primitivos».
Aonde é que os «seres primitivos» encaixa hoje no leque do pensamento e conhecimento. Veja bem. Infelizmente as nossas diferenças estão nos descaracterizando, dia após dia. Contudo, da minha parte seria ilógico confrontar, que esta ou aquela atitude é próprio de «seres primitivos». Tenho que ser coerente com o apelo, que há duas semanas lancei.
Amigo; muito obrigado pelas questões que me colocou e, espero vê-lo e conhece-lo de perto. E, fico profundamente reconhecido.
Manuel Bernardo Gondola
(Recebido por email)