A Tanzânia criticou o Malawi por se apressar a incinerar três toneladas de marfim contrabandeado, num valor equivalente a cinco milhões de dólares americanos, dizendo que esse valor poderia ser usado para processar criminalmente alegados contrabandistas.
O jurista Christon Ghambi disse a jornalistas que a destruição do marfim iria afectar o caso que já se encontra em tribunal. O governo tanzaniano está a trabalhar contra aqueles que alegadamente traficaram as pontas de marfim trazidas do vizinho Malawi.
Ele disse que o Malawi devia adiar a incineração até que os alegados traficantes sejam sentenciados.
A Tanzânia não está satisfeita com a decisão de incinerar o marfim. O problema é que isso vai afectar os casos na Tanzânia. Com o marfim destruído, o caso pode ser difícil de provar, disse Ghambi.
Desde o ano passado a Tanzânia tem objectado a incineração do marfim, argumentando que uma grande maioria do produto confiscado foi caçado furtivamente nos seus parques e reservas nacionais e, por isso, precisa daquelas pontas como prova.
O Malawi confiscou 781 pontas de marfim a alegados traficantes que vinham da Tanzânia, num dos seus postos fronteiriços, em 2013.
Os traficantes tanzanianos usaram dois irmãos malawianos, Chancy e Patrick Kaunda, para transportar o marfim para Lilongwe, a capital do Malawi. Os dois foram detidos e multados em sete mil (7.000) dólares americanos.
Ano passado, a Tanzânia usou uma ordem do tribunal para impedir o Malawi de incinerar o marfim. Mas Lilongwe prosseguiu depois que a Tanzânia não renovou a ordem.
O Malawi defendeu a sua decisão de incinerar o lote.
O director malawiano de parques e fauna bravia, Brighton Kumchedwa, disse ao News 24 que embora a decisão não vá parar com a matança de elefantes, iria impedir ou dificultar o tráfico.
Ao incinerar as pontas de marfim, nós na verdade retiramo-las do mercado e isso reduz o incentivo para as pessoas se envolverem no tráfico, disse.
Times/bm/mz
AIM – 16.03.2016