Exploração de areias pesadas em Inhassunge
- Chineses não param de transportar areia para fora do país
- Governo e Sociedade civil todos num silêncio “cúmplice”
Há sensivelmente dois anos que a empresa chinesa África Great Waal vem explorando areias pesadas em Dea, distrito de Inhassunge, sul da província da Zambézia. Durante este período, a empresa alega que está num regime experimental e até hoje não se sabe quais são os resultados, ou seja, se o produto é bom ou não.
Sabe o Diário da Zambézia que saem grandes quantidades para fora do país, razão pela qual, todos nós queremos saber que experiência é essa que leva dois anos. Foi daí que escalamos esta segunda-feira, os escritórios da Rede de Associações para o Desenvolvimento da Zambézia (RADEZA), entidade que tem acompanhado a par e passo a exploração de recursos naturais nesta parcela do país e que feito várias intervenções no sentido de defender os interesses das comunidades, bem como monitorar a forma como esta sendo feita a exploração. Por duas vezes consecutivas, não foi possível abordarmos fisicamente o presidente daquela rede Daniel Maula. Mas numa entrevista via telefone, questionamos este se a instituição que dirige sabia do estágio do processo da exploração daquele recurso, ou mesmo sobre o Reassentamento da população afectada e a edificação de algumas infra-estruturas para o benefício das comunidades, conforme previa o projecto.
Para a nossa surpresa, Maula disse que até então RADEZA não podia avançar nenhuma informação, porque precisava de ir ao terreno sob pena de falar algo que não viveu. Nesta conversa via telefone, a fonte prometeu que, neste momento RADEZA esta programar uma viagem para Inhassunge para viver no terreno, isso no mês de Maio, depois disso vai convidar a Imprensa para detalhes concretos.
Entretanto, relatos vindos de Inhassunge não são nada agradáveis e tudo isso é do conhecimento do governo. Nesta senda, também não foi possível ouvir o director provincial dos Recursos Minerais e Energia, Almeida Manhiça que esteve ausente do seu posto de trabalho quando lá chegamos. A questão que fica é:
O que é que a província ganha neste momento com este trabalho? Mas prometemos ouvir as partes para trazermos os contornos, visto que os chineses usam o Porto de Quelimane para fazerem o transporte desta mercadoria e é preciso que sejam taxados pelas Alfandegas e outras instituições. (António Munaíta)
DIÁRIO DA ZAMBÉZIA