CATORZE antigos guerrilheiros da Renamo foram quarta-feira última integrados nas fileiras das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, tendo na ocasião sido promovidos a oficiais superiores e subalternos.
Este grupo faz parte das forças residuais da Renamo que, em resposta aos vários apelos à paz, têm vindo a se entregar voluntariamente ao Governo para serem integradas nas Forças de Defesa e Segurança ou então para beneficiarem de programas de inserção social.
Dos catorze elementos que a partir desta semana passam a integrar o quadro do pessoal permanente das FADM três foram promovidos ao posto de major, quatro a capitão, três a tenente e os restantes quatro a alferes. Com efeito, são majores Armando Sithole, Baptista Araolique e Carlitos Maganizo. Foram promovidos a capitães Rosário Bilizao, Frenque Tete, Levicene Júnior e Orlando Muanadjakua. Para tenente foram promovidos Santos Jorge, António Boroma e Augusto Razão, enquanto para alferes estão Anselmo Goba, Albino Custumado, Ramos António e Ricardo Pita.
No acto do patenteamento, o Brigadeiro das FADM Fabião Manjate, comandante da Escola de Sargentos de Boane, apelou aos novos quadros a respeitarem os princípios que regem as Forças Armadas, sendo a hierarquia e a obediência alguns deles.
Pediu ainda para que aprendam de outros oficiais que já foram patenteados para que tenham um bom desempenho no exercício das suas atribuições.
Enquanto isso, alguns integrados e patenteados nas FADM disseram sentir-se orgulhosos por abraçarem uma nova carreira na sua vida, carreira que havia sido interrompida ou mesmo perturbada durante os vários anos em que permaneceram nas matas lutando por causas obscuras.
Frenque Tete, de Cheringoma, disse que permanecer nas matas, lutando por causas injustas tornou-se duro e fastidioso, tendo decidido afastar-se daquela vida para redesenhar outros projectos tendentes à melhoria da sua qualidade de vida.
"Apelo aos que ficaram para que se juntem a nós neste projecto de construção de Forças Armadas apartidárias. Assim que me afastei daquela vida sinto-me livre. Seria bom que todos seguissem este exemplo*', referiu.
Por seu turno, António Boroma, da Beira, disse ter assim decidido depois de abraçar uma causa que não passa de falácias.
Foi-nos prometida muita coisa que não chegámos a testemunhar. No mato corria riscos. Promessas falsas para destruir o país. Entendi assim que esse projecto era uma falácia. Estou bem nas FADM e vou pensar em projectos futuros da minha vida e da vida do país", desabafou
No geral, todos os interlocutores foram unânimes em afirmar que a vida é melhor integrados nas FADM que correr de um lado para o outro, esquivando balas por causas inconfessáveis.
NOTÍCIAS – 22.04.2016