DEPOIS DE SANTUGIRA EM GORONGOSA
Homens armados da Renamo assaltaram e ocuparam na manhã desta segunda-feira (25) a sede do posto administrativo de Chiramba, no distrito de Chemba, cerca de seiscentos quilómetros a norte da cidade Beira, a capital provincial de Sofala.
O principal alvo dos homens armados da Renamo foi o posto policial local, tendo o grupo de assaltantes ocupado a instalação e se apoderado de uma motorizada da corporação, com a qual fez patrulha a zona.
Informações relatadas por fontes locais e não confirmadas pelas fontes oficiais indicam que os homens armados da Renamo ocuparam igualmente o edifício estatal, fez cair as bandeiras oficiais da República de Moçambique e tomou o controlo das residências protocolares do Governo.
A população, sobretudo os funcionários públicos com destaque para professores, enfermeiros e técnicos agrários abandonaram a área temendo uma confrontação militar que resultasse da reacção do exército governamental que foi activado para repor ordem em Chiramba.
Não há informações de vitimas humanas resultantes do assalto que, segundo descreveram as nossas fontes, ocorreu num ambiente pacifico depois da rendição manifestada pela força policial local, cujos elementos foram liberados à sua sorte.
Até ao fecho da presente edição eram escassas as informações sobre os contornos posteriores ao assalto que ocorreu a luz do dia sem qualquer resistência da PRM, sabendo-se apenas da intensificação do movimento das forças de defesa e segurança do governo em direcção a Chiramba ainda ontem.
Chiramba, próximo de Marínguè, é uma das regiões mais distantes da cidade da Beira em Sofala, sendo uma zona com acesso ao rio Zambeze e com facilidades de ligação as províncias da Zambézia, Tete e Manica.
O posto administrativo de Chiramba é considerada uma zona militarmente estratégica para operações de guerrilha.
É o segundo território em Sofala a ser ocupado pelos homens armados da Renamo, depois de Santugira, no distrito da Gorongosa, onde se supõem esteja refugiado o seu líder Afonso Dhlakama.
Analistas políticos na cidade da Beira consideram essa nova ocupação uma autêntica humilhação ao governo e retomaram apelos para a tomada de medidas urgentes para a remoção dos obstáculos que impedem o diálogo entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para acabar com o ambiente de guerra em Moçambique, onde a situação tende a tornar-se cada vez mais tensa.
O AUTARCA – 26.04.2016