Segundo dados apurados pelo Notícias, o concurso internacional de selecção encerra esta sexta-feira, sendo que das empresas que manifestaram interesse no projecto duas são da China, outras duas da Turquia e as restantes do Brasil, Portugal e Coreia do Sul.
Abdul Carimo, membro do Conselho de Administração da Thai Moçambique Logística (TML), entidade responsável pela implementação do projecto, garantiu que apesar dos baixos preços do carvão no mercado internacional há um grande interesse dos investidores na viabilização da ferrovia.
A linha Moatize- Macuse terá entre 480 e 500 quilómetros de extensão, estando no entanto em curso negociações com o Governo visando o acréscimo de mais 120 quilómetros, para permitir o acesso a algumas concessões carboníferas existentes em Tete, que actualmente não estão ligadas à rota.
O Porto de Macuse deverá ter capacidade para receber navios de até 80 mil toneladas, o que permite uma maior competitividade em relação ao Porto da cidade central da Beira, que recebe navios de menor calado.
Abdul Carimo explicou que uma das grandes particularidades para a linha de Macuse é que ela arrasta interesses de quatro companhias indianas com licenças para a exploração do carvão em Moçambique e que precisam do recurso para alimentar as suas centrais térmicas naquele país asiático.
Portanto, aqui reside a grande diferença com a linha de Sena e a de Nacala. Nestas duas linhas o que se exporta é o carvão de coque, necessário para a indústria do aço, que neste momento também está em crise, mas no projecto de Macuse as empresas estatais indianas precisam de escoar carvão térmico para produzirem energia na Índia, explicou.
O projecto de Macuse é detido em cerca de 60 por cento pela Italian Thai Development Company Limited, da Tailândia, 20 por cento pelos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e os restantes 20 por cento pelo CODIZA (Corredor do Desenvolvimento Integrado do Zambeze).
FF
AIM – 27.04.2016