A polícia moçambicana anunciou hoje o alargamento da escolta militar na estrada nacional número 07, no centro do país, para impedir ataques por supostos homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido de oposição.
"Achamos que era necessário aumentar (o perímetro da escolta militar) e os resultados são visíveis em termos de segurança", afirmou o porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Inácio Dina, durante a conferência de imprensa sobre a atividade policial da semana passada.
Inácio Dina não especificou o troço cuja circulação passa a ser protegida por colunas militares, mas na segunda-feira a Agência de Informação de Moçambique (AIM) noticiou que as forças de defesa e segurança alargaram a escolta, do distrito de Guro, na província de Manica, centro do país, para o distrito de Changara, província de Tete, na mesma região, aumentando o troço protegido para 270 quilómetros.
As escoltas na estrada nacional número 07 foram introduzidas no início deste mês, na sequência de vários ataques atribuídos ao braço armado da Renamo, que resultaram na destruição de veículos, incluindo camiões do Malaui, proveniente do porto da Beira, na província de Sofala, centro do país.
O porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique declarou que o objetivo do alargamento das escoltas é salvaguardar o interesse maior, que é a vida, e defender os bens da população, exortando "a população a não se aventurar por conta e risco próprio".
Antes da estrada nacional número 07, a circulação já era feita com escolta militar em dois troços da estrada nacional número 01, na província de Sofala, devido a ataques atribuídos aos homens armados da Renamo.
Moçambique tem conhecido um agravamento dos confrontos entre as forças de defesa e segurança e o braço armado da Renamo, além de acusações mútuas de raptos e assassínios de militantes dos dois lados.
O principal partido de oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.
O Governo moçambicano e a Renamo retomaram em finais de maio as negociações em torno da crise política e militar em Moçambique, após o principal partido de oposição ter abandonado em finais de 2015 o diálogo com o executivo, alegando falta de progressos no processo negocial.
Lusa – 28.06.2016