A comissão mista criada pelo governo com a missão de preparar os termos de referência para o diálogo ao mais alto nível entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, propõe a figura de observadores para presenciarem o processo de negociações, que visa o restabelecimento de uma paz efectiva no país.
Falando hoje nas instalações da Assembleia da República, em Maputo, minutos após o término da 5ª sessão da comissão mista, José Manteigas, que chefia a equipa indicada por Dhlakama, disse que a introdução de observadores no diálogo colheu consensos com a outra contraparte do governo, chefiada por Jacinto Veloso.
É entendimento da comissão mista que poderão ser convidados observadores neste processo. Portanto são duas figuras, a figura de facilitadores (mediadores) e a figura de observadores, disse.
Manteigas fez questão de sublinhar que nos próximos tempos a comissão mista, junto às lideranças, poderá aprovar medidas para a cessação imediata das hostilidades militares, sobretudo na região centro de Moçambique.
É entendimento desta comissão mista, em comunhão com as lideranças, de que a cessação das acções armadas é uma questão urgente. Contudo, nos próximos tempos encontraremos mecanismos para a sua materialização no mais espaço curto de tempo possível, afirmou.
A Renamo manifestou na sessão realizada última quarta-feira, o desejo de ver envolvidos no processo de negociações mediadores nacionais e internacionais por si já sugeridos, nomeadamente a Igreja Católica, a União Europeia e a África do Sul, na pessoa do Presidente Jacob Zuma.
Na ocasião, Veloso disse que o governo não se opõe ao envolvimento de mediadores, deixando para a Renamo a definição da função que os mesmos iriam desempenhar no processo.
Veloso afirmou ainda que o Governo entende que a Renamo deveria ter cessado todas as suas acções armadas logo que a comissão mista entrou em actividade.
Face às divergências ainda prevalecentes nos termos de referência, cada parte a nível da comissão vai continuar a realizar consultas necessárias para o desbloqueamento do impasse.
Acácio Chirrinzane (AC)/sg
AIM – 17.06.2016