A assinatura da declaração dos princípios sobre a despartidarização do Aparelho de Estado, consensualizado, na semana passada, entre a delegação do Governo e da Renamo, maior partido da oposição, foi novamente adiada para terça-feira.
O acto, que devia, em princípio, acontecer na sexta-feira sofreu uma nova alteração, depois de as partes terem alcançado consensos sobre este ponto da agenda do diálogo político.
A informação foi avançada hoje pelo chefe da delegação do Governo, José Pacheco, no fim da ronda 109 do diálogo político que decorre há dois anos, cujo fim não se vislumbra para breve.
As duas delegações, em consenso, marcaram para amanhã, 22 de Junho, as 17:30 minutos, aqui no Centro de Conferências, a assinatura pública da declaração do princípio da despartidarização da administração pública e avançarmos para o quarto e último assunto do nosso diálogo, disse o ministro da agricultura e segurança alimentar.
Por seu turno, o chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiana, que é também deputado na Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, pelo mesmo partido, disse esperar que o assunto seja ultrapassado na terça-feira.
Questionado sobre as razões que teriam levado ao adiamento da cerimónia, Macuiana disse que a medida resulta do pedido feito pelo Governo para a consumação as 17:30 de amanhã, solicitação que a Renamo concordou.
Após do acto de terça-feira, o documento deverá ser assinado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, e pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, e, posteriormente, submetido ao mais alto órgão legislativo do país.
As duas partes ainda não alcançaram consensos em relação as questões militares que incluem a desmilitarização dos homens residuais da Renamo e a sua subsequente integração nas forças de defesa e segurança.
Os sucessivos reveses têm deixado os mediadores agastados e, por isso, defendem que este assunto pode ser resolvido ao mais alto nível entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
Para além das questões militares, está ainda na mesa do diálogo o quarto ponto relacionado com questões económicas que será discutido depois de se assinar o acordo.
HT/le
AIM – 22.06.2015
NOTA: Será desta vez que se conseguirá?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE