Por Capitão Manuel Bernardo Gondola
Crise económica, crise social, são apenas aspectos de uma crise global, aqui é necessário fazer corresponder remédios adequados e um dos remédios adequados pode ser o empreendedorismo.
O empreendedorismo é uma noção a que o país dispensa cuidado há relativamente pouco tempo e, importa que nos debrucemos um pouco sobre ele.
A etimologia do termo, é atribuída à palavra francesa «entrepreneur», que significa “proceder”; que significa iniciar um negócio. Entregado no século XVIII por Richard Cantillon, para designar o processo em que, se empenhavam algumas pessoas arriscadas a comprar para vender a preço incerto num mercado incerto.
E então, o conceito de empreendedor foi evoluindo com outros pensadores e economistas e, além de envolver riscos, no meio, procura e explora oportunidades únicas e, implica inovação.
O empreendedorismo, pode adquirir formas diferentes como; introdução de novos métodos de produção, abertura de novo mercado, aquisição de nova fonte de oferta de matérias, criação de pequenas e médias empresas (PME’s) e, enfim... Não só…mas também, o empreendedorismo é a teoria de destruição criativa como: Destruir armamento militar, autocarros, tomates ou mangas ou, qualquer outro produto e obter algo novo, que tenha um valor social, económico, cultural, ambiental e…enfim... Pode-se dizer também, que é um tipo de experiência que nos remete para uma nova capacidade e iniciativa criadora e, ou, imaginativa.
Na verdade, empreendedorismo é um processo de identificação e exploração de oportunidades de negócios, que envolve riscos e exige muita criatividade e inovação, que assegurem seu crescimento.
Por outro lado, o risco do empreendedorismo é representado pelo facto de se aceitar responsabilizar uma nova forma de fazer o que implica entrar num mundo desconhecido, a tomada de decisões audaciosas o que pressupõe, a capacidade de assumir as consequências algumas até negativas, corrigindo e insistindo.
Quanto, à oportunidade de negócio, ela corporiza-se na descoberta de uma necessidade do mercado, necessita de pessoas não satisfeitas ou descobertas de como faze-la melhor. Um dos segredos do empreendedorismo, está na oportunidade e identificação dos recursos necessários e, na forma de adquiri-los.
Naturalmente, a oportunidade também é dada pela pertinência e originalidade da ideia do negócio em determinado contexto económico e social. Tanto…que, o risco no empreendedorismo é apresentado pelo facto do empreendedor aceitar assumir uma nova forma de fazer, o que implica entrar num mundo literalmente desconhecido.
Na verdade, o risco, apesar de requerer cálculos, implica a tomada de decisões audaciosas. Você vê, em Moçambique por exemplo, estamos acostumados em apensar, que ser empreendedor é todo aquele que inicia o negócio; não!? Não é verdade. Enquanto o negócio não se desenvolver nem se operar em moldes novos como ocorre, não se pode falar de empreendedorismo.
Veja bem; para estarmos perante um empreendedor, é fundamental a inovação, as novas e melhores formas de fazer, o crescimento de sucesso por muito tempo. Por outras palavras, o empreendedor é aquele que vê oportunidades de negócios onde muita gente não as vê, assume riscos que poucos aceitam, tem nível de criatividade excepcional, cria ou melhor um produto ou, serviço e desenvolve o seu negócio ou marca, conseguindo lucros por ter escolhido as mais eficazes e eficientes formas de fazer negócios.
Então, pode-se dizer, o empreendedor é aquele, que descobre e explora espaços vazios e cresce o negócio mesmo em condições adversas. Do mesmo modo, empreendedor é aquele, que com base nos seus sonhos, cria ideias e as aplica com sucesso. Empreendedor é aquele, que com seu talento, imaginação e visão provoca mudanças significativas na economia e no desenvolvimento do país, do distrito, da região ou, do local em que está inserido.
Você vê, ao empreendedor são atribuídas características inatas ou, que podem ser desenvolvidas. Tomemos como exemplos: Persistência, autoconfiança, optimismo e auto motivação. Constituir uma empresa é, um passo importante mas, pequeno passo rumo ao empreendedorismo.
Então, mais importante no nosso contexto é garantir que, as novas PME's criadas produzam valor acrescentado, inovem na sua produção, vendam produtos e serviços aceitáveis primeiro; pelo mercado interno e sobretudo se desenvolvam e tenham vida longa.
Naturalmente, a par da criação de PME's, o Estado e outras instituições devem inquirir e eliminar as causas do declinou (desaparecimento) prematuro de PME's e a estagnação de outras tantas no período da sua constituição (criação) legal.
Para lá, do Fundo de Apoio ao Empreendedorismo (FAE), sugere-se também o Balcão Único do Empreendedor (BUE) espalhados pelo país todo, como apenas um passo para o empreendedorismo; se partirmos de princípio que nem toda a abertura de uma empresa ou, empreendimento representa empreendedorismo no sentido geral, que promovam, com qualidade crescente, cursos tendentes, a desenvolver e consolidar as qualidades empreendedoras dos beneficiários do FAE.
Repare, que todo aquele que inicia um qualquer negócio, é muito importante a inovação, as novas e melhores formas de fazer o crescimento e o sucesso no país e não só...
Não é faltar respeito; abrir uma loja, vender recargas, vender rebuçados na rua, vender peças de viaturas usadas, abrir uma alfaiataria, ou abrir uma barraca, como é de costume, não é por si um acto empreendedor.
Tomemos como exemplo; se a loja, localizada em qualquer ponto da cidade, vila ou qualquer ponto do país, se dedicar, como a maioria delas a vender mesma coisa ou mesmos produtos, do que, produtos de qualidade aceites no mercado. Veja-se, essa loja ou, barraca ao longo de muito tempo, não conseguir fazer crescer constantemente a produção e obter lucros crescentes, não podemos considerar, que se trata de empreendedorismo, ou, que dono da loja, ou, barraca é um empreendedor.
Ou seja, não me parece perfeito reduzir o empreendedor, como acontece à iniciativas de todo e qualquer empreendimento, como seja uma cantina, um parque de venda de viaturas de segunda mão originário do Japão e não só…, uma lavandaria, uma sapataria, ou, uma padaria enfim... E, se assim fosse, teríamos muitos empreendedores e, o país daria saltos mais rápidos e gigantescos rumo ao desenvolvimento e ao estado social (estado de bem-estar).
(Recebido por email)