O deputado Edmundo Galiza Matos Júnior, da bancada parlamentar da Frelimo na Assembleia da República, questionou quarta-feira em plena sessão do Parlamento a procuradora-geral da República, Beatriz Buchili, sobre o tratamento dos crimes cometidos pela Renamo.
«Os senhores já pararam um minuto para pensar nos custos que este país está a ter com as vossas acções (da Renamo) bélicas e terroristas, algumas com requintes de malvadez?», questionou.
O deputado acrescentou que os ataques da Renamo já atingiram proporções alarmantes, resultando na morte de cidadãos inocentes e na destruição de infra-estruturas sociais e económicas importantes.
Galiza Matos fez questão de frisar que os deputados da Renamo estão constituídos em duas vertentes insólitas.
«Qual é a diferença de tratamento que a Procuradoria (Geral da República) oferece àquele recluso que está na cadeia por ter morto alguém e aos membros deste partido (Renamo) que todos os dias, à luz do dia, algumas vezes anunciando que vai matar pessoas. Alguns deles estão aqui e comunicam com os que estão lá nas matas usando telemóvel», disse.
Entretanto, o deputado da bancada parlamentar da Renamo, Saimone Macuiane, insiste que os homens armados da Renamo continuam armados por falta de cumprimento do estatuído no Acordo Geral de Paz, assinado há 24 anos, em Roma, pelo então Presidente da República, Joaquim Chissano e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
«Sua excelência senhor deputado Galiza Matos aprovou nesta casa, reconhecendo que a Renamo tinha armas, pelo que aceitou o acordo (de cessação das hostilidades militares no país) do dia 5 de Setembro (de 2015) », disse Macuiane.
Entretanto, Beatriz Buchili prometeu «estudar os mecanismos adequados» com a perspectiva de contribuir para a manutenção da paz no país. Ela reconheceu que a Constituição da República de Moçambique não permite a existência de partidos políticos armados, mas também não explicou como iria lidar com ataques da Renamo.
A BOLA – 24.06.2016
NOTA: Será Galiza de Matos uma das pessoas mais indicadas para ajudar a levar a bom termo os trabalhos da Comissão Mista para o fim das hostilidades entre o Governo(Frelimo) e a Renamo? Penso que não.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE