O Instituto Nacional de Petróleos de Moçambique (INP), tutelado pelo Governo, anunciou um investimento de 150 milhões de dólares (132 milhões de euros) em levantamentos sísmicos visando apurar o potencial de áreas recentemente concessionadas para a pesquisa de hidrocarbonetos.
"No setor de petróleos, é comum que antes de lançar um concurso, o Estado tenha de fazer alguma avaliação para que, ao assinar os contratos com os concessionários, tenha em mente o que estará, eventualmente, a oferecer", disse, em declarações ao jornal Notícias, principal diário do país, o presidente do INP, Carlos Zacarias.
Zacarias afirmou que a operação consiste em fazer levantamentos sísmicos tridimensionais que vão permitir uma base de dados sobre o potencial em hidrocarbonetos de 11 áreas em mar e quatro em terra que o Estado moçambicano levou a concurso em outubro de 2014.
"As companhias petrolíferas não se comprometem em investir milhões de dólares sem terem uma ideia inicial do que existe no terreno", acrescentou o presidente do INP.
As áreas em causa localizam-se no norte e sul do país e foram concessionadas no âmbito do quinto concurso internacional para a prospeção e pesquisa de hidrocarbonetos, lançado pelo executivo moçambicano.
Segundo dados do Governo, os consórcios vencedores do referido concurso poderão investir cerca de 700 milhões de dólares (617 milhões de euros) na pesquisa de hidrocarbonetos nas áreas em causa.
Dois consórcios liderados pelas multinacionais italiana Eni e americana Anadarko estão a mobilizar recursos para o início da produção de gás natural liquefeito na bacia do Rovuma, norte do país, onde identificaram grandes reservas de gás.
Por seu turno, a multinacional sul-africana Sasol está há mais de 10 anos envolvida na exploração de gás natural na província de Inhambane, sul do país, e anunciou recentemente que vai iniciar a pesquisa de mais reservas de gás na região.
PMA // VM
Lusa – 07.06.2016