Estou ciente das possibilidades de más interpretações que possam advir desta opinião procedente de algumas conversas com jovens da minha geração e de outras opiniões sobre a situação actual do país, especificamente a crise económica e tensão político-militar.
Considero minha geração todos os que nasceram por volta de 1990, antes ou depois. Antes ou depois também não faz diferença, desde que não tenham lembranças empíricas da guerra civil que durou 16 anos.
Nos últimos tempos, tecer qualquer opinião sobre a nossa situação política e económica sem colocar o Governo como vilão é uma coisa difícil de se fazer sem que te imputem nomes como lambe-botas, puxa-saco e frelimista. Em contrapartida, quando apresenta você um elogio, mesmo que seja sem sentido, já é suficiente para te acharem um grande visionário.
A minha geração é alfabetizada e, certamente, muito culta, mas penso que ela está impaciente e dramática. A nossa geração é a mais privilegiada de todas, pelo menos na história de Moçambique. Reparem que estamos em crise, mas não estamos em momentos que poderiam se comparar à época colonial, nem à época pós-independência, e tão-pouco à guerra dos 16 anos.
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