A TALHE DE FOICE por Machado da Graça
O Gabriel Muthisse veio a público tentar justificar o injustificável. Pegando nas desculpas esfarrapadas do 1º ministro para o atropelamento da constituição e de mais legislação no caso das dívidas ocultas, Muthisse, sem acrescentar nenhum argumento, procurou apenas arrumar melhor o texto.
Mas sem entrar em teorizações eu faço apenas algumas perguntas:
- Em que circunstâncias (típicas ou atípicas) é possível não obedecer à Constituição?
- Em que medida é que a compra de 24 barcos de pesca do atum e de 6 lanchas de patrulhamento costeiro tem alguma relação com a tensão político-militar entre o governo e a RENAMO? Será que o governo pensa usar as lanchas costeiras para proteger as colunas de veículos na estrada nacional nº1 ou os barcos de pesca para levar tropas para o centro do país?
- Foi-nos dito que era extremamente urgente o patrulhamento da nossa costa para evitar os piratas somalis, o tráfico de droga e outros crimes idênticos. Dada essa urgência, como se justifica que os navios comprados e entregues a vários meses estejam a apodrecer num parque de estacionamento de automóveis ao pé do Museu das Pescas?
- O mesmo em relação aos barcos militares comprados pela
- O dinheiro pedido pela MAM destinava-se à construção de um estaleiro de reparação naval em Pemba e outro em Maputo. Dado que nenhum foi construído nem sequer começado a construir, em que foi gasto esse dinheiro? Onde é que ele está?
- Voltando à EMATUM, o ministro Adriano Maleiane, informou-nos que os barcos mandados construir não obedeciam às especificações internacionais para este tipo de pesca. Quem definiu as especificações para os barcos a serem construídos? Foi o nosso Ministério das Pescas?
SAVANA – 24.06.2016
NOTA: E ainda era bom vir a saber-se se não foram pedidos empréstimos em duplicado para pagamento das mesmas coisas ou acções de formação. E o aval ao empréstimo ao Ministério do Interior parece estar a entrar no esquecimento.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE