Na última quarta feira dia 13/7/16, um grupo de mais de 250 militares das FADM e FIR considerados tropas especiais, concentraram se numa zona chamada Munguezi que fica entre a Serra da Gorongosa e a Vila de Gorongosa. Este grupo tinha como objectivo de atacar duas pequenas unidades das forças da Renamo situadas naquele local e em Nhacucu (postamos sobre Nhacucu ontem). Só que o maior grupo dirigiu-se a Munguezi e as perdizes adivinharam as intenções dos atacantes e montaram uma emboscada e o militares da Frelimo foram bem massacradas. Segundo dados, foram mais de 25 mortos e 37 feridos graves e vários desaparecidos num rio chamado Nhandali, que passa daquele local e também houve uma grande debandada e abandono de cadáveres e de armas, que foram prontamente apreendidos pelos rangers da Renamo.
Depois disso, as tropas da Frelimo em fuga andaram a pilhar os bens das populações que vivem nas redondezas do mesmo rio e há rumores de que as perdizes estão em perseguição dos fugitivos até à sua posição. Desde o dia da emboscada até hoje dia 15/7/1616 as forças da Frelimo ora derrotadas andam a disparar nas noites metralhadoras e morteiros para o vazio por temer ataques surpresas dos homens verdes de Afonso Dhlakama. Muitos desertaram ontem e continuam a desertar, deixando as armas, as cartucheiras e o uniforme nas machambas dos camponeses, para o gáudio das perdizes.
De um modo geral já reina um grande descontentamento e falta de moral combativa no seio das forcas da Frelimo, que já dizem de boca cheia que os homens da Renamo são imbatíveis e "se até mercenários de elite com melhor treino e equipamentos foram derrotados, não seremos nós que vamos conseguir. Não vale a pena provocarmos a Renamo para morrermos em vão e por cima em defesa de um governo que não ganhou as eleições e que deveu muito dinheiro e escondeu ao povo. O Nyusi não prende o Guebuza que roubou muito dinheiro mas está nos fazer acabar." Estivemos a citar os desabafos dos militares que também acham que é inútil sacrificarem as suas vidas numa altura em que augura se o fim do conflito porque as negociações já vão ter lugar.
Os militares também deploram o "tratamento animalesco" a que estão sujeitos quando morrem, em que as suas famílias não são comunicadas e são enterrados em valas comuns e sem nenhuma cerimónia como se de lixo se tratasse e também dizem que na província de Manica muitos corpos são queimados no período da noite na incineradora do lixo hospitalar.
Por outro lado os militares questionam "qual é o problema de entregar as 6 províncias a Renamo? Se os dirigentes da Frelimo não querem então que mandem as suas famílias para enfrentar as forças da Renamo. O Nyusi, que andava a negar a mediação internacional já aceitou e porque continua a nos fazer acabar nas matas?" Questionam os militares fartos de ver os seus amigos e colegas mortos e gravemente feridos (uns perdem uma perna ou braço, outros ficam sem um olho ou com cara deformada e outros ainda ficam sem poder andar).
Unay Cambuma
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