Os sucessivos adiamentos do encerramento da lixeira de Hulene, na cidade de Maputo, estão a deixar os moradores daquele bairro agastados. Os moradores voltaram a queixar-se de morosidade no encerramento da lixeira localizada naquele bairro.
No sábado, por exemplo, os moradores acusaram o município de Maputo de estar a ser inoperante em relação ao encerramento da lixeira em causa. Durante um encontro organizado pela organização ambiental Livaningo, realizado no auditório do município da Matola, os participantes defenderam a necessidade da conclusão urgente do processo, alegando que a lixeira tem estado a provocar doenças aos moradores, que consideram que não se justifica a existência daquela lixeira cujo processo de encerramento foi anunciado a mais de 10 anos pelas autoridades municipais.
A contestação da lixeira de Hulene é algo que acontece há vários anos e além dos moradores juntam-se a causa também organizações da sociedade civil. Aliás, foi neste contexto que a organização Livaningo mobilizou o encontro realizado Sábado, cujo objectivo era debater sobre o processo de encerramento daquele local.
Por seu turno, o director para área da Salubridade e Cemitérios no Conselho Municipal da Cidade de Maputo, João Mucavel, reconheceu o atraso do encerramento e disse que a situação resulta do facto de algumas famílias estarem a construir casas no local para onde a lixeira de Hulene vai ser transferida. Mucavel disse que o município de Maputo vai trabalhar com a sua congénere da Matola para apurar o que realmente aconteceu ao ponto de famílias construírem no local da reserva. Apesar dessa situação Mucavel garantiu que a lixeira será encerrada em 2018.
O processo de encerramento da lixeira de Hulene, adiado várias vezes, está orçado em cerca de 500 milhões de meticais e será construído um aterro sanitário em Matlemene, na Matola, para deposição e tratamento de lixo, um projecto avaliado em cerca de 60 milhões de dólares, financiado pelo município e vários parceiros estrangeiros de cooperação.
O PAÍS – 17.07.2016