Centelha por Viriato Caetano Dias ([email protected] )
“ A Pátria assemelha-se a uma mãe: ela é nossa com as suas características e insuficiências. Recusando-a não se adquire outra no supermercado, na praça pública nem numa ONG”. Extraída da conversa com amigo e poeta Nkulu
Todos os dias, nas redes sociais, há necrologia. As vítimas, fictícias, são sempre militares das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM). A avaliar pelas contas dos internautas, desde que o conflito político-militar teve início em meados de 2013, terão morrido acima de quinze mil militares das FADM. Este número, fazendo jus ao espólio documental do AGP, supera o actual efectivo das FADM, o que significa que o país está sem exército!
Curiosamente, sobre o propalado obituário de militares das FADM, nunca exibiram algum registo em vídeo, fotografia ou algo parecido, para além da pura imaginação doentia desses internautas. Por incrível que pareça, dado o ódio descomunal que nutrem pelo parti-do Frelimo e o governo de Moçambique, simulam funerais de militares que eles (internautas) acreditam terem tombado nos campos de batalhas contra as forças da Renamo.
Só podem ser militares tombados em jogos de vídeo games, criados para alimentar o vício desses internautas ociosos. Como a estupidez é contagiosa, algumas pessoas incautas mordem a isca e acreditam no boato. Alguns desses internautas, imbuídos pelas promessas do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, acreditaram que Março seria o fim de Moçambique, com a destruição total e completa da Frelimo. Como se a Frelimo fosse proprietária do país.
Março passou e nada aconteceu (e não vai acontecer), senão a morte descontinuada de civis desarmados e indefesos. Dado curioso é que quase todos eles, internautas, vivem fora do país. É a partir do estrangeiro que atiçam o ódio exacerbado contra a Frelimo e o governo de Moçambique. Aliás, é do estrangeiro que eles alimentam a Renamo para dividir e destruir o país. O povo moçambicano pode ser o mais pobre do mundo, mas quando se trata de defender a independência nacional, torna-se o mais forte de todos os povos que habitam neste mundo de abelhas humanas.
O povo sabe disso e é por isso que castiga os partidos da oposição, incluindo a própria Renamo, em pleitos eleitorais.
Eu nunca concordei inteiramente com o modelo de gestão da Frelimo, mormente quando protege camaradas corruptos (alguns deles foram condenados e julgados pelos tribunais nacionais e desaprovados pelo povo), nem quando vira a cara perante uma nítida situação de pobreza extrema que asfixia grande parte da população moçambicana.
Nunca me calei e jamais me calarei perante estas injustiças periclitantes. Em contrapartida, já apoiei inúmeras causas da Renamo, no passado, e não vejo problema algum em apoiá-las, no futuro, desde que ande em consonância com a Constituição. As boas ideias não têm cor partidária. Sou acusado, por alguns internautas propagandistas, de radicalismo extremo a favor do partido Frelimo. Se mudar de ideias significa, para esses internautas, aceitar as matanças da Renamo contra as populações civis, então devo renunciar a minha educação de cristão. Penso que é precisamente neste ponto que estou em divergência com esses internautas, o facto de me recusar em apoiar uma causa injusta, apoiada na força das armas.
O meu fanatismo, ao contrário do que alguns propalam, não é pela Frelimo, mas sim por um MOÇAMBIQUE para TODOS. A missão de todos os moçambicanos deve ser a defesa da Pátria Amada. Seja ela governada pela Frelimo, Renamo, MDM, etc. Não interessa o partido e o presidente. O imperativo de todos nós é só UM: servir a Pátria Amada - MOÇAMBIQUE. Eu estou fazendo a minha parte. Zicomo e um abraço nhúngue ao meu amigo Maconha.
P.S.: Há um novo fenómeno que se verifica com os aviões das LAM. Atrasam frequentemente seus voos porque um determinado dirigente influente do governo ou do partido Frelimo não chegou a tempo ao aeroporto (Maputo), criando múltiplos transtornos, não só para a companhia de bandeira (que é obrigada a refazer os planos de voo), mas também para os passageiros (que ficam reféns da “desorganização organizada” dos interesses económicos e políticos). Penso que o ministro dos transportes e comunicações devia pôr cobro o mais depressa possível a esta situação, para não confirmar a velha frase do filósofo alemão, Georg Christoph Lichtenberg: “Quando os que mandam perdem a vergonha, os que obedecem perdem o respeito.”
WAMPHULA FAX – 25.07.2016