Somos, definitivamente, um país falhado. Somos um país consagrado na mediocridade e na ignorância aguda. Um país sem perspectivas e, muito menos, orientação para o futuro. Um país movido por demência colectiva dos seus governantes. Somos um país doentio que vive ao deus-dará. Quando se olha para uma dezena de acontecimentos envolvido o Governo da Frelimo, a impressão com que fica é de que o país está mergulhado num pântano da estupidez.
É como se o país tivesse um síndrome de estupidez adquirida, que se manifesta da seguinte maneira: dificuldade em tomar medidas sensatas e de acordo com as necessidades da população, deficiência na percepção da realidade, mania de perseguição, hipocrisia ou farisaísmo crasso, infecundidade da mente e a incapacidade de ter qualquer emoção relativamente a desgrenhada miséria em que vivem milhares de moçambicanos.
Ao longo desta semana, deparam-nos com situações verdadeiramente clamorosas que deveria elucidar qualquer indivíduo em pleno gozo do seu juízo. Mas dois factos que se sucederam chamaram-nos a atenção, por serem paradigmáticos do nível de ausência total e completa de discernimento e sensatez por que o Governo moçambicano ainda se rege. O primeiro, tem a ver com a promoção de quatro agentes da Polícia da República de Moçambique. Estranhamente, o Ministério do Interior decidiu elevar a posto mais graduado quatro agentes da PRM que, segundo recomendação da Procuradoria-Geral da República (PGR), deviam ter sido castigados por violação de deveres na instituição a que estão afectos, ao materializar a expulsão da cidadã espanhola Eva Anadon Moreno, a 30 de Março último, a mando do ministro Jaime Basílio Monteiro.
Isso mostra o nível da falta de seriedade das instituições públicas e/ou do Estado. Por outro lado, a promoção daqueles agentes que agiram fora da lei demonstra que o Governo moçambicano é o principal incentivador da onda de criminalidade que, diariamente, aterroriza os moçambicanos.
O segundo aspecto é relativo a criação de uma instituição paramilitar pela Autoridade Tributária de Moçambique (ATM). Ou seja, ATM, no seu desespero para aumentar as receitas do Estado, decidiu formar os seus homens no uso de armamento e em tácticas militares para arrecadar mais receitas para os cofres do Estado. Isso significa que nos próximos dias os moçambicanos serão obrigados, com uma arma apontada na cabeça, a pagar mais impostos. Existe pior estapafurdice do que essa? Certamente, não.
@VERDADE - 01.08.2016