Durante a visita de 14 a 17 de Setembro próximo
- Entretanto, parece firme e inalterável a posição de que o desbloqueio da cooperação só pode acontecer depois da realização da auditoria internacional independente
O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, poderá reunir-se com a Directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Chiristine Lagarde, no âmbito da visita que o presidente moçambicano vai efectuar aos Estados Unidos da América, de 14 a 17 de Setembro próximo. Depois da visita, o Presidente da República deve fazer parte da 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas, cujos debates irão decorrer de 20 a 26 do mesmo mês.
O encontro entre o Presidente moçambicano e a Directora-Geral do FMI visa, essencialmente, buscar caminhos que assegurem o restabelecimento das relações de cooperação entre o governo de Maputo e àquela instituição da Bretton Woods.
O caminho continua sinuoso, particularmente pelo facto de as autoridades não estarem a mostrar aceitação e avanços significativos em relação às condicionantes colocadas à mesma pelo Fundo Monetário Internacional, concretamente a necessidade da realização de uma auditoria internacional independente às contas públicas nacionais.
O FMI exige a realização da auditoria no sentido de perceber, de forma completa, todos os contornos que envolvem a contratação, de dívidas às escondidas, de 1.4 mil milhões de dólares, sem contar com os nebulosos contornos da utilização dos 850 milhões de dólares do pacote EMATUM.
Enquanto, por um lado, as autoridades moçambicanas não mostram interesse de responder pontual e positivamente à exigência colocada à mesa, o Fundo Monetário Internacional também não se mostra disposto a abrir mão à condição colocada.
É que, entende o FMI, um dos mecanismos que deve ser encontrado para evitar que atitudes governamentais lesivas ao bem comum se repitam no futuro, é a necessidade de responsabilizar exemplarmente os promotores das “dívidas escondidas” e, para isso, é indispensável a realização de uma auditoria internacional.
Segundo se sabe, depois de o FMI ter decidido pelo corte das relações de cooperação multilateral com o governo moçambicano, outros parceiros multi e bilaterais também decidiram seguir e, desta forma, cortaram igualmente a parceria. Neste momento, todos eles, em uníssono, exigem a realização da auditoria internacional.
O Primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, já, num passado recente, se reuniu com a equipa sénior do FMI e autoridades americanas, no âmbito da busca de estratégias para o desbloqueio da cooperação, mas, os parceiros internacionais deixaram claro que, primeiro é necessário responsabilizar os autores das “dívidas escondidas”.
A Zitamar news, citando uma fonte do FMI, refere que uma missão daquela instituição da Bretton Woods estará, em Maputo, em Setembro próximo para reavaliar a situação macroeconómica, mas, independentemente dos resultados concretos, a exigência da auditoria internacional não será posta de lado. Ou seja, continua a ser a principal exigência da comunidade doadora.
Citado também pelo Zitamar news, Roberto Tibana, reputado economista moçambicano, entende que a manutenção da exigência em relação à auditoria internacional independente é fundamental também para assegurar a credibilidade do Fundo Monetário Internacional.
(Raf. Ricardo e Redacção)
MEDIA FAX – 24.08.2016