Perguntam algumas organizações não-governamentais
Algumas organizações não-governamentais criaram aquilo que designam como “Painel da sociedade civil para a monitoria do diálogo político entre o Governo e a Renamo” e pretendem fazer parte das negociações políticas. Esse “Painel” reuniu na quinta-feira, em Maputo e emitiu uma declaração na qual manifesta a sua posição sobre o processo.
Aquele “Painel” declara: “O nível gravoso do abuso e violação dos direitos humanos nesta tensão político-militar está a transformar mais de 25 milhões de vidas humanas em meras estatísticas aterrorizadoras, onde o direito à vida é atribuída por cor partidária por causa de diferendos políticos”.
Aquele “Painel” considera que é pertinente a presença de organizações não-governamentais [“sociedade civil”] na mesa das negociações, num esforço que aquele “Painel” diz ser “sincero de inclusão, aproximação e cedências mútuas”, para que se tenha uma paz sustentável e duradoura.
Aquele “Painel” questiona o Código de Conduta que consta nos Termos de Referência do funcionamento interno da Comissão Mista que, segundo a sua leitura, não considera a cessação das hostilidades como prioridade ética e base de negociações sem sangue.
“O bom senso da Comissão Mista irá, sem dúvida, concordar que não há nação sem cidadãos, paz sem tolerância e vitória com a bandeira hasteada em luto” diz.
Neste contexto, o “Painel” apela às partes para uma trégua baseada na cessação das hostilidades e na promoção mútua da tolerância enquanto decorrem as negociações, em prol do “mais nobre interesse nacional”, visto que o desenrolar desta tensão está a resvalar para uma situação de crimes de guerra, com direito a apelo internacional, e de exploração desenfreada de recursos nacionais, que o futuro pode não perdoar.
Roberto Tibana, economista, Erik Charas, empresário, e Alice Mabota são algumas das pessoas que fazem parte do grupo escolhido há duas semanas em Maputo para representar o “Painel”. (Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 05.08.2016