A GIGANTE petrolífera Anadarko espera que o projecto em desenvolvimento em Moçambique possa arrancar em 2022 ou 2023, estimando tomar a decisão final de investimento durante o próximo ano, disse o presidente executivo, Al Walker.
De acordo com uma entrevista publicada no jornal Houston Chronicle, a Anadarko deverá tomar no próximo ano a decisão de investir ou não cerca de 15 mil milhões de dólares em Moçambique, a tempo de aproveitar o próximo ciclo de subida de preços das matérias-primas.
"A nossa esperança é que possamos avançar muito rapidamente", diz Al Walker, lembrando que empresas de consultoria na área da energia estimam que no princípio da próxima década a procura e os preços do gás natural estejam significativamente mais elevados que actualmente.
Semana finda, o Presidente da República, Filipe Nyusi, reuniu-se com o líder da Anadarko em Houton, no Texas, no âmbito de uma visita aos Estados Unidos que o levou a reuniões com a directora do Fundo Monetário Internacional e com o secretário de Estado norte-americano John Kerry.
Para o projectoavançar em Moçambique, a Anadarko está agora à espera da resposta do Governo sobre o plano de relocalização dos habitantes da área onde a empresa quer explorar o gás natural.
A norte-americana Anadarko lidera um dos dois blocos de gás natural na bacia de Rovuma, na província de Cabo Delgado, mas, à semelhança da ENI, líder do outro consórcio, ainda não tomou a sua decisão final de um investimento que se espera tornar Moçambique num dos maiores produtores do mundo.
Quando conseguir a autorização, a Anadarko vai procurar solucionar os problemas relacionados com mão-de-obra pouco qualificada.
Nos últimos quatro anos, três em cada quatro grandes projectos energéticos em países em desenvolvimento furaram o orçamento inicial e sofreram atrasos, constatou o director de departamento da IHS Markit, Bob Fryklund.
"Esta é a melhor altura para tomar uma decisão sobre o investimento, porque os preços já vão ter recuperado nos próximos cinco anos, mas o problema é que se calhar [a Anadarko] não terá essa janela; não é um problema inultrapassável, mas é o primeiro projecto em LNG (Gás Natural Líquido] da Anadarko", concluiu.
NOTÍCIAS – 23.09.2016