Durante a 4ª Sessão da Assembleia Municipal
- A decisão foi tomada pelo Presidente da AM
Tida como perturbadora do ambiente nas sessões da Assembleia Municipal de Quelimane, Nilsa Gomes da bancada da Frelimo disse esta terça-feira durante a realização da 4ª Sessão que o edil de Quelimane merece levar um tiro. Nilsa Gomes com seu habitual semblante de mulher invencível, interferiu durante altura em que Manuel de Araújo respondia algumas questões colocadas pelos membros da Assembleia pela bancada dos camaradas, e quando em algum momento o autarca disse que na Frelimo matar é algo normal e começou a mencionar algumas figuras que perderam a vida em situações estranhas, nomeadamente Eduardo Mondlane, Urias Simango, Filipe Samuel Magaia, Celima Magaia, Sibasiba Macuacua, balearam Macuiane, Carlos Cardoso e muito recentemente Gil Cistaque entre outros que foram mortos supostamente pelo regime e que prova disso até hoje os mandantes não são conhecidos.
Nilsa, deixou escapulir essas palavras quando o edil recordou que no passado dia 07 de Abril em plena praça dos Heróis, um membro da Frelimo e antigo combatente disse igualmente que o presidente do Conselho Municipal merecia levar um tiro. Aquela membro da bancada da Frelimo disse sem reservas “sim merecia levar um tiro, merece”, continuo mesmo com advertência por várias vezes do Presidente da Assembleia Municipal, a mesma não parou de atacar ou seja repetir as mesmas palavras ofensivas contra o edil.
Para Manuel de Araújo, aquele comportamento veio a mostrar até que ponto há intolerância política por parte do partido Frelimo e falta de respeito pela vida dos outros. Nilsa impedida de voltar a sala pela Policia Municipal Momentos depois da interrupção e demora na concertação entre a mesa da Assembleia e as duas chefias das bancadas sobre o sucedido, o chefe da Bancada da Frelimo entrou na sala com a informação de que a sua colega não podia fazer parte da Sessão. Rijone Bonbino, foi ao pódio para contestar o facto de a mesa usar a polícia para não permitir que Nilsa Gomes entra-se na sala, antes de a decisão ter merecido uma votação.
Para o chefe da bancada do batuque e da maçaroca, ao se tomar a decisão não foi observada a lei, porque em caso da maioria votarem a favor desta mesma decisão a sua bancada iria respeitar, “estou a entrar e vejo que está ali um aparato policial, entao queríamos saber quem tomou essa decisão, a luz de o que, queremos que isso seja respeitado antes de avançarmos para outros assuntos”, - pediu.
O Presidente da Assembleia Municipal Domingos de Albuquerque, disse em gesto de resposta que depois de tomada a decisão no fórum que houve e que foi restrito, cabia ao chefe da bancada levar a informação para os seus colegas. Albuquerque, disse que nua altura em que estava a decorrer a Sessão não se podia interromper para elaborar-se uma nota de pedido da retirada, e que era tarefa do chefe fazer chegar a informação e não a mesa.
Camaradas decidem abandonar o Salão Nobre
Entretanto, a decisão não agradou a bancada que logo de seguida o chefe anunciou que estes iam se retirar alegadamente porque não foram observadas as regras. Rijone Bombino justificou a decisão dizendo que, a Assembleia Municipal é um órgão que acompanha e fiscaliza as actividades do CM e como órgão funciona na base de um regimento, que regula o funcionamento e que as decisões devem ser tomadas com base na lei e os demais dispositivos legais.
Segundo Rijone, uma vez constatada uma irregularidade como essa que aconteceu onde dizem que a nossa colega interrompeu o edil quando estava a intervir, a conversa que tiveram entre ele e a mesa foi de que devia concertar com a sua bancada e depois tomar-se a decisão, mas não foi o que aconteceu, “o que vimos foi uma atitude de arrogância, a mesa a defender o posicionamento do partido (MDM) e a proteger o Presidente do Município, nessa situação que sente-se ofendido são ambas as partes a colega Nilsa foi movida por uma raiva em reacção das palavras do edil que chamou o partido Frelimo e seus membros de assassinos e ter morto muitos dirigentes nesse país”,- disse.
Para depois acrescentar que, tudo isso acontece num momento em que se exige muita tolerância e esse tipo de palavras não podiam ser proferidas por um Presidente do município, por isso optamos por bem abandonar.
“Mas assim que saímos, estamos claros e conscientes que a bancada do MDM não esta em altura de deliberar ou seja aprovar o relatório das actividades do 1° semestre do ano em curso, porque estão presentes apenas 24 membros, número não suficiente para o efeito”.
Por seu turno, Manuel de Araújo disse não ser novidade o que aconteceu durante a realização da Sessão. Recordou que na semana finda, falou diante dos Órgãos de Comunicação Social que estava sendo perseguido por pessoas estranhas, o que da para dizer que estes factos olhando para aquilo que esta acontecer no país “devemos refletir sobre que passos ou caminhos a nossa democracia, reconciliação nacional, a nossa paz e o país estão a tomar, não temos medo de levar tiros porque a causa que abraçamos é justa e nobre, quando assumimos esta sabíamos que íamos lidar com bandidos armados e assassinos”, - disse o edil visivelmente aborrecido.
Para depois repudiar a decisão tomada pela bancada da Frelimo em abandonar a Sessão, que ao invés de se distanciar do comportamento da sua colega, solidarizou-se com a atitude de Nilsa Gomes. Importa aqui referir que, apesar da ausência dos camaradas, o relatório das actividades do executivo nos primeiros seis meses foi aprovado, apenas com os 26 membros do Movimento Democrático de Moçambique, dos quais três da mesa da Assembleia. (António Munaíta)
DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 28.09.2016