O Ministério Público Federal acusou o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, de ser o comandante de um esquema de corrupção, visando garantir a "governabilidade corrompida", a perpetuação no poder e enriquecimento próprio. "Lula era o maestro desta grande orquestra concatenada para saquear os recursos da Petrobras e de outros órgãos públicos", segundo o procurador Deltan Dallagnol.
O Ministério Público Federal acusou, nesta quarta-feira (14), o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, de ser o comandante de um esquema de corrupção visando garantir a "governabilidade corrompida" e a perpetuação no poder e enriquecimento próprio, cujas evidências decorrem dos processos do mensalão e da Lava Jato.
Na avaliação do Ministério Público, "Lula era o maestro desta grande orquestra concatenada para saquear os recursos da Petrobras e de outros órgãos públicos."
O procurador do Ministério Público Federal Deltan Dallagnol, em coletiva de imprensa realizada nesta tarde em Curitiba, acompanhado pelos procuradores da República que integram a força-tarefa da Lava Jato, delegados da Polícia Federal e investigadores da Receita Federal, detalhou os pormenores do esquema montado no aparelho de estado, empresas e partidos, com base em testemunhos e delações de dezenas de envolvidos.
"Lula era o elo comum e necessário entre o esquema partidário e o esquema de governo", disse Deltan Dallagnol. Segundo Dallagnol o esquema criminoso tinha que ser comandado por alguém que tinha poder no governo e no partido. Lula era o "comandante máximo" do esquema "criminoso" da Lava Jato, e que "sem o poder de decisão de Lula esse esquema seria impossível".
Além de Lula e do Partido dos Trabalhadores (PT), o esquema de "governabilidade corrompida" possibilitou trazer para a base aliada do governo o PP e o PMDB que eram adversários do PT nas eleições de 2002 e que passaram a aliados graças ao recebimento de propinas (luvas; subornos). Segundo a acusação do Ministério Público, antes de distribuir cargos, Lula tinha a minoria no Congresso e depois disso ele passou a contar com uma maioria de 325 deputados federais.
Ao longo da sua exposição, o procurador acompanhou as explicações da leitura de depoimentos de dezenas de acusados no processo do mensalão e do petrolão, testemunhando o suposto papel de comando de Lula.
Para o Ministério Público, as investigações realizadas ao longo dos últimos dois anos no âmbito da Lava Jato e, anteriormente, as ligadas ao mensalão, mostram que Lula nomeou altos cargos da administração para arrecadarem propina para partidos, garantindo a governabilidade, a perpetuação no poder e o enriquecimento ilícito dele mesmo.
De acordo com Dallagnol, todas as provas permitem colocar a figura de Lula no comando do esquema criminoso da Lava Jato.
AFRICA21 – 14.09.2016
NOTA: para quando um "lava jato" em Moçambique?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE