Não sabem quanto é que isso custa, mas estão claros quanto ao que querem: máquinas de torrar, moer, embalar e comercializar o café nos mercados internos e externos, numa completa cadeia de valores com grandes vantagens comerciais para eles.
Abdala Moto, presidente da associação fundada em 2010, e Nuro Mussa, coordenador, disseram ao Diário de Moçambique esta sexta-feira em Torino, que com o processamento do produto sob sua responsabilidade ficariam a ganhar mais do que rendem hoje a vender o café em grãos.
Hoje, tudo é feito de uma forma artesanal: torra-se o café em panelas de barro, processo que, não sendo eficaz, deixa os produtores com prejuízos dado ao nível considerável de desperdícios.
Um quilo está ao preço de 500 meticais, o equivalente a 6,2 euros. Nas vésperas da feira, a organização vendeu 25 quilos ao Slow Food que depois de o processar, está agora a cerca de 70 euros a mesma quantidade, sendo 10 euros, pouco mais de 800 meticais, por pacote de 125 gramas.
Apesar dos associados acharem-se satisfeitos com o seu preço, julgando o justo, os italianos estão a ganhar mais, pois em um quilo facturam o correspondente a 140 mil meticais (o dólares norte-americano vale 77,5 meticais) pelos 25 quilos, contra 12.500 meticais dos produtores.
A nível interno, há uma promessa de financiamento no valor de 500 mil meticais através do Fundo de Desenvolvimento Distrital, vulgo sete milhões de meticais, mas esse dinheiro ainda não foi alocado. O valor em causa é, de longe, o bolo necessário para ter a fábrica em pé, mas da para erguer um centro de ensaio da associação com uma área de um hectare.
A abertura de um furo e a aquisição de uma bomba de água, arame para a vedação do terreno e a construção da própria casa do café, nomeadamente um alpendre, são os itens que esperam pelo desembolso da importância prometida para a sua prossecução.
FF
AIM – 23.09.2016
NOTA: Conheça aqui a História do Café do Ibo
http://foreverpemba.blogspot.pt/2007/12/uma-prola-de-moambique-o-afamado-caf-do.html