ENI em Novembro e Anadarko no terceiro trimestre de 2017
A Decisão Final de Investimento (FID) sobre a quantidade de dinheiro a ser aplicado nos projectos de exploração das extraordinárias quantidades de gás natural disponíveis e descobertas nas áreas 1 e 4 da bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, norte do país, já tem previsões mais exactas, segundo deu a conhecer fonte autorizada da empresa que assume o pivot governamental quando o assunto é abordar questões que tem a ver com a pesquisa e exploração hidrocarbonetos.
Omar Mithá, Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) disse ontem, em Maputo, que definitivamente, a italiana ENI, deverá mesmo anunciar a sua Decisão Final de Investimento em Novembro que vem. A haver alguma falha de decisão e anúncio público, certamente que os prazos não deverão, segundo assegurou Mithá, ir para além do último dia de Dezembro do corrente ano. Ou seja, antes do final de 2016, se saberá, com exactidão, o nível de investimento que será feito pela italiana ENI. A FID vai também indicar, com exactidão, todas outras especificidades que o projecto deverá ter.
A ENI é operadora da área 4
Enquanto isso, a multinacional Anadarko, operador da área 1, deverá anunciar o seu nível de investimento no terceiro trimestre de 2017. “Temos que nos preparar porque terceiro trimestre de 2017 é já amanhã, tendo em conta que estamos agora no final do ano.
Parece distante, mas não. Quanto mais cedo deixarmos de conversa e irmos para a acção, melhor será para nós” – apelou Omar Mithá, falando para uma plateia recheada de empresários nacionais e estrangeiros.
O pronunciamento foi feito no âmbito da realização do II Conselho Empresarial Nacional, um evento que visa partilhar oportunidades de negócio. O encontro, organizado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), teve lugar na manhã desta quinta-feira, na cidade de Maputo.
Um dos desenvolvimentos bastante positivo e destacado por Omar Mithá no âmbito do processo que deve culminar com a exploração efectiva do gás do Rovuma tem a ver directamente com o facto de a ENI e seus parceiros do bloco 4 terem assinado com a BP, o contrato de compra e fornecimento de gás natural durante um período de 20 anos.Nos últimos meses, fontes autorizadas da ENI anunciaram que a empresa estava em processo de negociação com a banca no sentido de obter o financiamento que deve viabilizar o processo de exploração que, como se sabe, vai consistir na montagem de uma fábrica de LNG. Não se conhecendo, até aqui, o real nível de investimento, o que se sabe agora é que o mesmo está na ordem de “biliões de dólares”, podendo os financiadores estar ligados a bancos britânicos e chineses.
As reservas descobertas na bacia do Rovuma, nos últimos anos, ascendem a cerca de 85 triliões de pés cúbicos, uma das maiores descobertas em uma década e suficiente para abastecer a Alemanha, Grã-Bretanha, França e Itália por quase duas décadas.
O grupo Anadarko Petroleum é o operador do bloco Área 1, com 26,5%, tendo como parceiros a estatal moçambicana Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (15%), Mitsui E&P Mozambique Area 1 Limited (20%), Beas Rovuma Energy Mozambique Limited (10%), BPRL Ventures Mozambique B.V. (10%), ONGC Videsh Limited (10%) e PTTEP Mozambique Area 1 Limited (8,5%).Por seu turno, o grupo ENI é o operador do bloco Área 4, com uma participação indirecta de 50% detida pela ENI East Africa (EEA), que controla 70% do bloco, sendo os restantes parceiros a Galp Rovuma (10%), KOGAS Mozambique (10%) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (10%).
MEDIAFAX – 21.10.2016