No distrito de Ribáuè
O delegado político distrital da Renamo em Ribáuè e membro da Assembleia Provincial em Nampula, Floris Victor Armando, foi ontem, terça-feira, baleado mortalmente juntamente com outro presumível membro do seu partido por indivíduos desconhecidos, que, depois de consumar o crime com recurso a uma metralhadora do tipo AK 47, puseram-se em fuga para parte incerta.
São contraditórias as informações relativas às possíveis motivações do baleamento mortal com oito tiros do político porquanto algumas fontes ouvidas pela nossa reportagem disseram que Floris Victor Armando dedicava-se à exploração artesanal ilegal de minérios na zona de Cuirine, posto administrativo de Iapala, em Ribáuè.
A nossa reportagem apurou serem frequentes naquele ponto cenários de agressões físicas entre os garimpeiros e intervenientes na comercialização de minérios, em concreto turmalinas que pertencem à classe de pedras preciosas com alto valor de mercado. E que as agressões são, portanto, desencadeadas em torno do controlo da compra do melhor produto da mineração ilegal e colocação no mercado, que conta com a presença de cidadãos de nacionalidade estrangeira.
Salimo António, primo de Floris Victor Armando, que perdeu a vida aos 50 anos de idade, não refuta o envolvimento do delegado político da Renamo em negócios de minérios extraídos de forma ilegal, mas precisou que foi baleado quando regressava de Lupí, uma zona daquele distrito interior onde ontem os membros daquele partido da oposição participavam em cerimónias comemorativas alusivas à passagem da morte de André Matchangaiza.
Testemunhas oculares contam que dois indivíduos que se faziam transportar numa viatura da marca Toyota, modelo Hilux, interpelaram os dois ocupantes de uma motorizada que seguia no sentido Cuirine-vila de Ribáuè, na circunstância Floris Victor Armando e seu companheiro identificado pelo nome único de Zeca, que de imediato imobilizam o seu veículo motorizado à berma da EN 13, próximo ao rio Matharia.
Sem, no entanto, prever o desfecho macabro, as fontes disseram ter ouvido uma rajada de arma de fogo, tendo depois se apercebido da fuga dos dois indivíduos na viatura em que se faziam transportar, deixando estatelados no chão o político da Renamo e seu correligionário, cujos corpos foram transportados, posteriormente, para a morgue do Hospital Rural de Ribáuè.
Clever Tachiua, médico-chefe distrital em Ribáuè, confirmou os óbitos e explicou à nossa reportagem que a morte dos dois políticos foi originada por ferimentos graves em diferentes partes dos respectivos corpos provocados por projéteis disparados por arma de fogo. A policia da República de Moçambique, posicionada em Ribáuè, iniciou a perseguição dos autores do crime logo depois da ocorrência ter sido notificada por populares.
WAMPHULA FAX – 19.10.2016