“Frelimo mata e reza” e “Renamo mata e saqueia”
A chefe da bancada parlamentar da Renamo na Assembleia da República,
Ivone Soares, acusou ontem a Frelimo de matar e rezar, em alusão ao assassinato de Jeremias Pondeca e posterior participação de dirigentes da Frelimo no velório.
Ivone Soares fez essas declarações na sessão de abertura da IV Sessão Ordinária da Assembleia da República, num momento do discurso que também serviu para saudar o trabalho de Jeremias Pondeca e daqueles a quem designou como “vítimas da Frelimo”.
Ivone Soares diz que Moçambique vive tempos tenebrosos:
“São momentos tenebrosos de insegurança sobre a população, sobre os seus representantes e sobre todos aqueles que não vestem as cores do partido no poder”.
A chefe da bancada parlamentar da Renamo afirmou também:
“Simpatizantes, militantes, dirigentes, nós deputados, até ao próprio presidente da Renamo, chegam ameaças de morte”.
Ivone Soares fala em assassinatos sem que sejam apuradas responsabilidades e encontrados e julgados os seus responsáveis.
“Até quando?”, pergunta.
A partir do pódio da Assembleia da República, Ivone Soares homenageou os membros do seu partido que foram vítimas dos esquadrões de morte: “Quero relembrar e homenagear todos os nossos companheiros que tombaram nas mãos dos esquadrões da morte apenas porque foram culpados de pertencer ao maior partido da oposição, a Renamo”.
Também homenageou Jeremias Pondeca, membro do Conselho de Estado e ex-deputado da Renamo: “Descanse em paz, querido colega Jeremias Pondeca Munguambe. Em vida foste firme e destemido”. E acusou: “Lamentavelmente, a Frelimo mata e reza. Isso ,todos sabem. Daí não merecer mais a confiança de ninguém em sã consciência”.
“Descansem em paz todas as vítimas do regime da Frelimo”, declarou a chefe da bancada da Renamo.
“Basta de sangue, basta de saques”
Por seu turno, a chefe da bancada parlamentar da Frelimo na Assembleia da República, Margarida Talapa, usou o pódio para, mais uma vez, acusar a Renamo de ser a promotora da guerra. Segundo Margarida Talapa, a Renamo está a ceifar vidas e a promover saques. “Crianças, homens e mulheres clamam pelo calar das armas que causam dor e luto, e destroem bens públicos e privados”, afirmou Margarida Talapa na sessão de abertura da IV Sessão Ordinária da Assembleia da República. “Homens, mulheres e dirigentes da Renamo, basta de sangue, basta de saques”, disse Margarida Talapa. (André Mulungo)
CANALMOZ – 20.10.2016