Centelha por Viriato Caetano Dias ([email protected] )
Cada geração, partindo de uma relativa obscuridade, deve descobrir a sua missão, cumpri-la ou traí-la. Frantz Fanon, filósofo francês da Martinica
Aqueles que ainda tínhamos alguma dúvida estarão agora convencidos que a RENAMO está prestes a virar objecto de museu da História, o mesmo destino trilhado pelos partidos PADEMO, PASOMO, PPPM, PCN, SOL, FUMO, MONAMO, UDM, principalmente. Estes partidos ficaram à margem da História, porque foram incapazes de se afirmarem no contexto democrático nacional, buscando soluções pacíficas para os problemas do país, mantendo dois fiéis objectivos: combater veementemente a FRELIMO e levar o país à hecatombe. O primeiro fito foi conseguido; o segundo, felizmente, não. Quando o ódio das lideranças partidárias vence a razão, por mais justa que seja a causa, a morte dos seus partidos é uma questão de tempo. O “monarca” da RENAMO não aprendeu da História e continua a deixar que a raiva domine e alimente os seus desideratos. A RENAMO será, como os exemplos acima elencados, incinerada pela História.
A RENAMO está em processo de implosão interna, não pela morte de seus quadros, mas pela falta de liderança. O ódio pelo seu adversário político (FRELIMO) é tal que, qualquer que seja o infortúnio dos seus quadros, membros e simpatizantes, a culpa é sempre atribuída à FRELIMO. Quando o inverso acontece, porque a morte não escolhe partidos políticos, a FRELIMO remete-se ao silêncio. Chora os seus mortos em silêncio. Os quadros da RENAMO são “pessoas normais”, independentemente das funções que desempenham, têm amigos e inimigos que podem cometer sequestros ou assassinatos. O ódio figadal está a desconcentrar a RENAMO dos seus objectivos (todas as forças políticas, em última análise, visa atingir o poder) a ponto de fantasiar factos improváveis. O país vive uma situação de instabilidade político-militar, além de que a própria RENAMO está burrificada, qualquer dos seus “braços” (político ou militar) pode aproveitar-se dessa adversidade para agudizar o clima de crispação existente.
Há gente que ignora esse veredicto, mas a verdade é que a liderança da RENAMO abandonou o partido e instalou-se em “parte incerta”. Que futuro se reserva aos seus membros? O que se espera dos seus quadros um líder abandona o partido? Como pode ganhar eleições um partido quando o seu “farol” está ausente da cena política? Ouço também dizer que a morte de alguns membros da RENAMO está associada às querelas políticas. Não investiguei, outrossim nunca li essas conclusões em livros, relatórios, etc., por isso dou benefício da dúvida.
Mas tenho algumas questões a fazer: Que interesse teria a FRELIMO para matar membros da RENAMO? Que ganhos trás para um partido no poder matar membros da oposição? Absolutamente nenhum. Ou estou enganado, alguém pode provar? É preciso ter muita imaginação para tamanha sandice mental. Dizia o meu amigo Nkulu que o “Estado não é uma instituição para recados.” O Estado não mata, protege os seus cidadãos. Quem mata, em Moçambique, é a RENAMO. Se o governo não tivesse tomado medidas enérgicas, como escoltas militares nas estradas para proteger as populações civis e indefesas, as matanças da RENAMO teria sido maiores.
A verdade é uma: o “monarca” da RENAMO deve sair das matas se quiser salvar a “perdiz” do esquecimento, pois ela faz parte do mosaico democrático nacional. Os seus concorrentes directos, FRELIMO e MDM, estão no terreno a preparar as próximas eleições. E a RENAMO, o que faz? Está preocupada em desestabilizar o país.
Algumas pessoas acreditavam que a RENAMO, até Março último, tomaria o poder à força no país. Lançaram foguetes e “assassinaram galinhas” na esperança de que a FRELIMO tombaria. Foram lançadas campanhas para denigrir a FRELIMO e o governo do dia. Alguns anciões, acamados mentalmente, recuperaram-se a ponto de se juntarem aos musculados sabotadores da Pátria Amada. Os ideais do “monarca”, para derrubar o governo da FRELIMO, tinha ganho apoiantes de peso. Enganaram-se redondamente, porque este país não será NUNCA tomado pela RENAMO e a única forma que ela tem de chegar ao poder, pela via democrática, ela ignora. A RENAMO não quer a democracia. Por isso e a bem da paz, apelo a RENAMO ao jogo democrático e abandone a via armada para resolver diferendos políticos. É tempo de inverter a marcha e arrepiar caminho, porque mesmo aqueles que a apoiavam cegamente, como o meu conterrâneo FRANCISCO NOTA MOISÉS, acredita agora que estava possuído de loucura. Diferentemente do profeta MOISÉS, sensato e libertador, o Moisés meu conterrâneo, lunático e frustrado, vive lançando farpas contra a RENAMO, acusando a sua liderança de inércia. Não! Não! Não é inércia, meu conterrâneo. É a incapacidade que ele tem, o “monarca”, de realizar tal acção, irrealizável.
Outros ainda acalentavam falsas esperanças que a RENAMO “assaltaria” o poder nas seis províncias mas, por incapacidade e sonhos jamais realizáveis, sofrem agora de problemas de tensão (baixa e alta). É melhor que tomem calmantes para evitar perturbações mentais maiores. Estou a ser realista, como amigo. Deixem de apoiar um partido que vos cria stress. Deixem de apoiar um “monarca” que vos cria problemas de saúde. Deixem de apoiar a “perdiz”, porque ela quer destruir Moçambique.
Apoiem, porque é constitucional, uma RENAMO comprometida com a paz. Uma RENAMO que respeite à vida dos cidadãos. Uma RENAMO que conjuga a Unidade Nacional. Uma RENAMO democrática. Uma RENAMO sem violência. O ÚNICO problema que existe, para a vossa desilusão, é que essa RENAMO não existirá NUNCA. A sua génese é de guerras. As suas acções e atitudes são de guerra. Uma RENAMO assim, belicista, está condenada a ser incinerada pela História.
Zicomo e um abraço nhúngue a família Cumbucane.
WAMPHULA FAX – 17.10.2016