Numa clara ameaça a Liberdade de Imprensa
O jornalista e director do jornal Diário da Zambézia, António Zefanias, tem vindo a receber ameaças de morte protagonizadas por pessoas desconhecidas que usam as plataformas sociais, sobretudo o “whatsap” para proferir as ameaças.
Conforme contou a imprensa esta segunda-feira, as ameaças agudizaram-se neste domingo (27), quando estas pessoas desconhecidas efectuaram uma chamada por volta das 11:20 minutos, alegando que foram mandatados para acabarem com a vida do jornalista.
Os mesmos, disseram que estavam em Quelimane sob mandado de alguém, que não revelaram tendo dito que tem armas para concretizarem os seus intentos.
Nas conversas que tivemos acesso, o jornalista sugeriu um encontro, algo que os supostos malfeitores não aceitaram, tendo aumentado o tom das ameaças.
Quando a chamada terminou, eis que começaram a enviar fotografias com imagens de armas de fogo e algumas pessoas supostamente mortas por eles, alegando que o cerco estava vedado e tarde ou cedo o jornalista poderia ver sozinho.
Caso nas mãos das autoridades
Entretanto, depois destas ameaças todas, o jornalista dirigiu-se a 1a Esquadra da Polícia da República de Moçambique para dar ocorrência e foi aberto um auto contra desconhecidos. Uma outra carta denúncia deu entrada na manhã desta segunda-feira na Procuradoria Provincial da Zambézia, mostrando essa indignação. Questionado pela imprensa se estas ameaças estariam ligadas a algum artigo que terá escrito, Zefanias explicou que não quer associar a nada, mas lembrou que nos últimos 30 dias, o Diário da Zambézia escreveu dois artigos sendo um sobre o
desmantelamento de um “cartel” de droga em Quelimane e outro que tem a ver com um caso de política, mas disse não acreditar e muito menos fazer ligação destes dois casos com estas ameaças. “Não quero associar estas ameaças a questões como estas de artigo, creio eu que são pessoas de má fé apenas”-disse Zefanias para depois acrescentar que “a vida de jornalista é essa escrever verdades, sem olhar pelo poder económico, político e muito menos social, desde que haja evidências “-rematou. Instado a pronunciar-se se vai mudar de rotina depois destas ameaças, a fonte disse não ser necessário, visto que “quem não deve não teme”-referiu o jornalista e director do DZ recorrendo a esta velha máxima. Recorde-se que o Diário da Zambézia tem uma linha independente e tem trazido assuntos que mexem com a vida das pessoas.
DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 29.11.2016