Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
Está ficando cada vez a cada dia mais claro que se desvirtuaram princípios fundacionais na arena política moçambicana.
Hoje todo um povo chora de carências existenciais. Não há dinheiro ou renda que chegue para resolver ou responder às necessidades quotidianas.
As respostas institucionais são, de forma demonstrada, precárias e inconsistentes.
Ensaiam-se respostas que foram experimentadas antes sem sucesso.
Dão-se novos nomes a exercícios elaborados nos tempos do efémero socialismo moçambicano, mas nem tem sido suficiente para alavancar a economia.
O fundamento regimental tem sido manter um controlo rígido e seguro sobre as fontes de acumulação primitiva à luz dos preceitos do ‘“empoderamento’ económico negro”.
Agora existem factos que testemunham que a estratégia não é de todo sustentável, na medida em que cria e sustenta uma impunidade vertical e horizontal.
Uma República não funciona sem que se respeitem as balizas republicanas.
Em Moçambique, é por demais que se vive num feudo da Comissão Política da Frelimo.
Os seus membros estão de maneira tal agarrados ao poder que não equacionam a praxe republicana de alternância democrática do poder.
Hoje, enquanto se discutem saídas airosas e patrióticas, abundam os que se negam a aceitar que esse é o único caminho viável.
Onde terminará o impasse negocial?
Quando veremos compatriotas desfazendo-se das manobras dilatórias e das tácticas de imposição para adoptarem o que produz consensos funcionalizantes?
Vai ser difícil obter um acordo político que avance uma agenda nacional ao abrigo dos apetites vorazes de uma nomenclatura dominante.
A mediatização de discursos puramente fraudulentos, promotores do branqueamento da história moçambicana, esgota a cada dia a sua utilidade.
Mesmo que seja o exímio diplomas, Joaquim Chissano, a defender uma posição nacionalista, sobressai que ele está defendendo e ao serviço do “status”.
Vamos assumir todos que basta de embustes institucionais.
Quando o PR preside a realizações da OJM, e quase obviamente com fundos públicos, estamos na continuação do mesmo. Mistura-se o público com o privado de maneira grosseira e depois não se querem consequências.
Ou se assume que partidos políticos se têm de desmarcar do gangsterismo político, ou continuaremos sem soluções palpáveis.
Cada vez que se aproxima uma consensualidade, adiam-se os factores, em defesa de um “status” medíocre e entorpecente.
Pare-se de tentar inventar a roda.
Agarremos as oportunidades de hoje e coloquemos, todos, o comboio Moçambique nos carris. (NoéNhantumbo)
CANALMOZ – 30.11.2016